Pelo terceiro ano seguido, as Semifinais do Chuteira Classic terão as presenças de Arouca e Real Paulista Classic, sendo pela primeira vez, juntos a JP e o estreante Se7e de Perdizes
Existiu a possibilidade de todas as equipes serem inéditas na fase Semifinal do Chuteira Classic, mas Arouca e Real Paulista Classic melaram a quebra desse tabu e, pela terceira temporada consecutiva, passaram ao penúltimo estágio antes da consagração do campeão. Atuando sobretudo com os pesos de seus mantos, despacharam Soberanos e All Games, e agora terão as companhias de JP e Se7e de Perdizes – eliminaram Sagrado e Real Madruga, respectivamente – entre as quatro melhores, mostrando que a competição anual precisa de uma manutenção diferenciada para quem deseja o título.
É possível que o recado dessa vez tenha sido direcionado ao Sagrado, único time que apostou na economia de seus jogadores (inclusive na meta) e daí o placar elástico das Quartas de final, facilitando a vida de quem havia sido massacrado no mesmo estágio em 2024. Os sagradistas só empolgaram nas primeiras rodadas, quando perceberam que poderiam avançar à fase final sem tanto esforço. Só que correram risco desnecessário para se classificarem, passando apenas na 9ª colocação, mas o cerne da questão para a turma de Rochinha foi ter comparecido à altura do adversário apenas na última rodada ante o Ras Time, e na etapa final anterior, quando eliminou um inerte Interativo no Play in - repescagem.
Colocar-se entre os oito melhores times do Classic 3 pode ser encarado como positivo, porém, a brincadeira ficou séria quando a questão passou a ser o título. Um dos grandes problemas para o esporte amador é justamente a vontade individual de querer ou não performar em alto nível em determinado dia. O JP, vice-líder geral, mostrou maior volúpia pela vaga durante a temporada, inclusive, mandando olheiros para acompanhar seus possíveis futuros rivais. O placar adverso de 7 x 2 chegou a ser constrangedor ao Sagrado, um elenco acostumado a grandes jogos e conquistas. Encarou uma equipe determinada, que tinha algo para provar depois de eles, jpzenses, serem afastados da disputa no ano passado igualmente por goleada, mas ao inativo este ano, Bode.
Em relação aos três jogos que fecharam as Quartas de final, é possível usar a expressão “firstclass” para os designar. O estreante Se7e de Perdizes, por exemplo, soube mais uma vez controlar o Real Madruga. Tal qual a magra vitória na fase de classificação, gol de Rubão, outra vez tratou-se de uma eliminatória parelha na maioria do tempo, mas a qualidade técnica do coletivo se7ista vem falando grosso desde que ganhou na 8ª rodada, após pouco mais de 100 dias de jejum, para embalar as cinco vitórias seguidas até o momento (quatro delas na fase classificatória). O clássico exemplo de “crescer na hora certa”, ainda mais virando o placar para avançar e encarar a experiência arouquista no torneio.
Isto sim é a tradição – Real Paulista Classic e Arouca estão entre os quatro melhores times do Chuteira Classic pelo terceiro ano seguido porque seus jogadores gostam de vencer. Vieram comprometidos para superarem adversários que tiveram apresentações promissoras ao longo do ano. Se o futebol society fosse merecimento, o All Games é quem estaria na Semifinal pela primeira vez em três disputas. Jogou de igual para igual ante o RPC, e, quando buscou a igualdade no tempo regulamentar, deu a impressão de que poderia encerrar a freguesia que sustenta de então seis confrontos diretos sem nenhum sucesso. Porém, brilhou a estrela de Fabiano nas cobranças alternadas de shootout para mais uma vez a trupe de Manzano e Papai do Axé tirar Pipo Meireles e companhia da rota da taça.
O All Games acabou eliminado mais uma vez pelo algoz RPC, mas se entrosou com o carro andando: deu até impressão que passou a treinar durante a semana. Além de engatar pontos suficientes para terminar na 6ª posição (algo impensável até a última rodada), esteve perto de quebrar o indigesto tabu. Só que a camisa do Real Paulista Classic entortou o varal tanto quanto o manto do Arouca, único time a disputar duas finais seguidas. A cereja do bolo, dessa vez, foi ter saído do Play in - repescagem como o último classificado para derrubar o líder geral, Soberanos, nas Quartas de final. É a primeira equipe a alcançar essa façanha em três disputas de Chuteira Classic.
Apáticos e irreconhecíveis, os soberanistas foram engolidos taticamente por arouquistas focados desde o apito inicial, estes, conquistando a abertura do placar antes dos cinco minutos. Depois se mostrou importante a manutenção do bom futebol até o segundo tento, ainda na etapa inicial. Quando pareceu que o Soberanos cresceria nos primeiros movimentos do segundo tempo, a cúpula arouquista gastou sua parada técnica de maneira proveitosa, porque depois disso foi show de Ton, Nelsinho, Luan, Interior, Moskito etc.
Curiosamente, os dois experientes em Semifinais inverteram suas situações em relação ao ano passado. Enquanto o Arouca rivalizou com aquele que seria o campeão, Divino, pela primeira posição geral, o Real Paulista Classic não chegou a sofrer no sentido de se classificar, mas sim no de injetar ânimo em seu elenco, este, muitas vezes escasso e/ou sonolento. Em 2025 foi diferente suas trajetórias, inclusive com o período ao qual os arouquistas foram goleados por Real Madruga, JP, Real Paulista Classic e Cachorro Velho. Porém, na fase aguda, ambos souberam usar suas experiências, e por isso enfrentam as faces novas de JP e Se7e de Perdizes na próxima quarta-feira.
OS ELEITOS PELA REDAÇÃO NA FASE DE QUARTAS DE FINAL:
O MELHOR E O PIOR DAS QUARTAS DE FINAL DO CLASSIC 3:
- o melhor
“Óbvio que os quatro classificados merecem a honraria, principalmente a neutralização imposta pelos arouquistas sobre a soberanada, mas vale uma menção para o “quase” do All Games. O time mostrou entrosamento absurdo, inclusive dando a impressão de estar treinando durante a semana, mas acabou dispensando chances claras (pelo menos três) antes de sofrer o tento de Bizuza. Ao empatar, era superior tecnicamente e tudo indicava classificação nas cobranças alternadas de shoot out. Até surgir Fabiano.” (Dodô)
- o pior
“No mundo jornalístico, a proeminência entre os fatos ocorridos para Sagrado e Soberanos, é maior ao segundo caso, pois se tratou da eliminação do time que terminou na primeira colocação – algo incomum nas duas disputas anteriores. A palavra “neutralização” usada acima é bem empregada para justificar a postura mórbida dos soberanistas. A atitude impensável de um dos destaques da campanha, abreviando o encerramento do confronto, traduziu a trágica performance noturna.” (Dodô)
PARA GALHOFEAR OS PALPITES DAS SEMIFINAIS DO CLASSIC 3:
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