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Um dos maiores jogadores que o Chuteira já viu, Luisinho Fernando, campeão duas vezes com o Bengalas e uma com o Cabeça Rachada, como os grandes craques, vai amadurecendo e readaptando seu jeito de jogar – mas a pontaria e a elegância continuam as mesmas

Se você vir o Luisinho sorrindo, você é um privilegiado. O homem é daqueles que, para esboçar um sorriso, é preciso muito motivo para tal. Quem joga o Chuteira há um bom tempo, ou mesmo se chegou recentemente e é ligado na história, já ouviu falar no Bengalas tricampeão. Foi lá atrás, sim, entre 2009 e 2010, que o time hoje comandado por Bizú fez seu nome, e com ele o de Luisinho Fernando. Ou seria este que fez o nome do Bengalas? A dúvida da Tostines cabe aqui também, afinal, se Ritolê deu o primeiro título ao Bengalas, o segundo foi fruto da atuação espetacular da parceria entre eles. No terceiro título, quando Ritolê quase não jogou, Luisinho assumiu o protagonismo e foi o maestro do tricampeonato.
 
Lá se vão 6 anos, eu, você e o Luisinho envelhecemos desde então. Porém, tal qual o Ronaldinho Gaúcho (nos tempos de Atlético-MG), Luisinho, hoje com 33 anos, amadureceu, mudou sua posição em campo, movimentando-se menos e fazendo mais os companheiros e a bola correrem. O craque sabe quando não tem mais condições físicas plenas e recria seu jogo. Luisinho vem fazendo isso muito bem, ajudando o Bengalas na árdua luta na Ouro, sendo o maestro de um time que tem meias e atacantes como Ritolê, Zaidan, Tché, Philip e Léo Rinaldi, a quem ele é só elogios.
 
Entretanto, na trajetória de Luisinho, para aqueles que veem o menino branquinho, sardento, sedento por vitória a ponto de discutir com quem for – arbitragem, adversário, companheiros – muitas pedras foram removidas. A maior delas, certamente, uma doença no coração que o afastou da bola por dois anos. O leitor imagina o que é você estar no auge de uma possível carreira de jogador de futebol na Itália e ter de parar tudo por causa de uma doença – não uma contusão ou lesão, mas doença – no coração?
 
O Luisinho sabe, e isso marcou e mudou sua visão de mundo e do futebol. “Muitas pessoas às vezes me julgam por achar que eu sou isso ou aquilo, mas não sabem nada do que eu passei. Mas são coisas da vida”, desabafa ele. Sim, a vida não foi fácil ou tão justa com Luisinho, que treinou desde criança futsal e futebol de campo nos maiores clubes de São Paulo. Por onde passou foi artilheiro, foi destaque. No Chuteira, ele repetiu o cotidiano de sua carreira futebolística. Levantou troféus, fez gols, riu e sorriu com três títulos (eis um bom motivo, não?!). Busca o quarto e não admite perder. Eis um grande desafio para ele e todo o Bengalas.
 
Confira abaixo a entrevista com Luisinho Fernando, onde ele fala sobre ele mesmo, seus poucos sorrisos, o Bengalas tricampeão e o atual momento do time, além da experiência como manager no Cabeça Rachada. Garanto que você vai sorrir lendo as respostas – e esperamos que o Luisinho também.
 
 

Você é tido como um jogador esquentado. Até hoje vemos você em campo reclamando, discutindo – arbitragem e até companheiros. Por que o Luisinho é assim? 
Simples, sou competitivo. Jogo desde os 4 anos, e sempre participei de equipes de ponta que foram competitivas, sempre disputei títulos e por isso sou assim. Quero sempre ganhar, não admito perder, isso é de mim.
 
Você parece ser um cara muito sério, sempre de cara fechada, raramente sorrindo. É isso mesmo? Por que tão poucos sorrisos? 
Cara, sou sério quando tenho que ser. Não dou risadinha para agradar ninguém. Quem me conhece sabe como é o meu jeito, os poucos amigos que tenho dentro do Playball sabem disso, por isso me respeitam. Não vou lá de sábado ou domingo para fazer média com ninguém, apenas para jogar e me divertir, e se possível fazer bons jogos para o bem do time que estou defendendo.
 
Seu pai está em praticamente todos os jogos com você. Isso é gratificante para um filho? Como é sua relação com ele em termos de futebol? 
Muito. Meu pai me levou em todos os jogos que joguei na vida. A diferença é que agora eu que levo ele para me assistir. Com certeza é a pessoa que mais torceu e torce por mim, e com certeza foi a pessoa que mais ficou triste, junto com minha mãe e meu irmão, no dia que tive que interromper minha carreira por problemas no coração. Assistimos jogos juntos, vamos nos jogos juntos, eu, ele e meu irmão. Amamos o futebol, por isso a relação é ótima. 
 
Quando e como foi esse problema que você citou no coração?
Em 2003, com um contrato na mão para assinar com a Lazio da Itália (Futsal), rompi o ligamento cruzado anterior do joelho direito. Operei e realizei toda a fase de recuperação. Ao fim dessa fase, ainda em contato com o mesmo time, fui fazer uma bateria de exames para me apresentar ao clube e descobri uma miocardiopatia. Fui obrigado a abandonar o esporte. Depois de dois anos de tratamento intensivo, e sem poder sequer brincar com uma bola, fui liberado pelos meus médicos. Desde então jogo com esse problema na cabeça, mesmo sabendo que estou bem. Por isso, muitas pessoas às vezes me julgam por achar que eu sou isso ou aquilo, mas não sabem nada do que eu passei. Mas são coisas da vida.
 
Você já foi visto muitas vezes brigando e discutindo com Bizu e outros companheiros. Como é sua relação com a família Toledo? E dentro de campo com os companheiros?
Como a maioria das pessoas sabem, na minha primeira passagem tive alguns problemas com o Bizú, que coincidiram com minha saída do time. Depois de um tempo, voltamos a nos falar e acabei voltando para o time depois de um tempo. Minha relação com eles é normal, frequento festas do time sempre que posso e tenho uma boa relação com todos eles, senão não teria voltado. Com os companheiros também tenho boa relação. Claro que de vez em quando temos discussões dentro dos jogos para tentar ajeitar algo que não tava dando certo, mas não é apenas eu que discuto, acho que todos já tiveram seus momentos.
 
Bengalas, tricampeão em quadra e muita confusão fora dela

Guardadas as devidas proporções, você se considera craque? 
Hoje já tô véio... Antes de ter o problema de saúde fui muito bem na carreira, acumulei inúmeros títulos coletivos e individuais, mas nunca me achei craque. Apenas útil em quase 100% das equipes que passei. Poderia ter sido craque quando me pagavam para jogar, hoje eu que pago para jogar! (risos)
 
Como o Luisinho de hoje, já experiente, vê o Luisinho do tricampeonato do Bengalas?
 Com uma saudade incrível do tempo que eu ainda conseguia correr! (risos) Naquela época tinha parado de jogar fazia pouco tempo, ou seja, ainda estava bem fisicamente, aguentava correr o tempo inteiro. Jogava mais na frente, tinha um parceiro de ataque novo e rápido e um goleiro (Baki) que sabia exatamente onde eu gostava de receber a bola. Tanto é que fiz diversos gols em lançamentos dele.
 
Você prefere fazer o gol ou dar aquela assistência?
Hoje, acabo dando mais assistências do que fazendo os gols. Mas é claro que prefiro fazer gols. Para um jogador de linha é a hora mais legal.
 
Como você avalia a experiência do Cabeça Rachada? O time subiu até a Ouro, mas acabou rebaixado até a Bronze e extinto. Como foi a experiência como manager? Por que o fracasso do time, se é que você enxerga assim?
O Cabeça Rachada é um time criado há aproximadamente 20 anos pelo meu irmão (Fabinho) e pelo Leandro Dias (hoje técnico do Invictus), para jogarmos pelo bairro e em campeonatos amadores da época. Ficamos muito tempo sem usar a marca, até o dia que saí do Bengalas e resolvi, junto com eles e o Tché, montar o time novamente e conseguimos entrar no Chuteira através de um festival. Ganhamos a Bronze, classificamos para a Ouro como primeiro colocado de grupo, e na Ouro chegamos a liderar o grupo. Ganhamos de alguns times considerados melhores até com certa tranquilidade. Mas aí começaram os problemas que vejo em muitos times do Chuteira: COMPROMETIMENTO. Chegamos a jogar um jogo com dois jogadores a menos e nosso treinador em quadra. A partir disso começamos a despencar e, para retornar, o caminho é muito difícil. Deu no que deu. Mas, para corrigir, o Cabeça Rachada não foi e nunca será extinto, ainda temos planos.
 
Campeão do IV Chuteira de Bronze com o Cabeça Rachada, Luisinho levaria seu time até a Ouro antes de despencar

Você é tido como o maior responsável pelo terceiro título do Bengalas, naquele semestre em que você saiu como MVP e artilheiro, e o Ritolê praticamente não jogou. Qual recordação daquela campanha que você carrega com maior clareza?
A maior recordação é o título, além de um vídeo que tinha de vocês que não sei onde foi parar. Se tiver esses vídeos, e puder me passar, eu agradeço. O time era muito bom, mesmo tendo poucas trocas dentro das partidas. O físico do pessoal ajudava, e acho que foi isso aliado à técnica que fez a gente ganhar o terceiro título. 
 
 Como foi e ainda é formar uma das melhores duplas da história do Chuteira com o Ritolê? Onde o jogo de vocês se encaixa?
Foi muito bom e continua sendo. Mas naquela época era melhor pela proximidade dentro da quadra. Jogava junto com ele na frente e acho que o futebol dos dois se completava. Hoje, jogando mais atrás, fica um pouco mais difícil, mas mesmo assim de vez em quando coloco ele na cara do gol... hahahahahha Acho que se encaixa pelo meu jogo mais cadenciado e o dele mais rápido. 
 
Repórter Folha entrevista a dupla infernal, Luisinho e Ritolê, às vésperas do tricampeonato

O Bengalas chegou ao auge no tricampeonato (edições 7, 8 e 9 do Chuteira), mas na 10ª edição estava praticamente rebaixado quando veio aquela fatídica confusão que acabou tirando o Bengalas do Chuteira por um tempo. O que explica 3 títulos seguidos e a situação de queda no semestre seguinte?
Talvez excesso de soberba daquele momento diante de 3 títulos seguidos, junto com brigas bobas que culminaram com a exclusão. 
 
O afastamento do Bengalas fez bem ao time?
Um afastamento nunca é legal para ninguém, mas talvez tenha ajudado a fazer todos do time terem uma cabeça mais fria para tomar algumas decisões. De vez em quando ainda sai uns arranca rabo, mas acho que é normal.
 
Eu cobri dois jogos do Bengalas neste semestre e o seu estilo “novo” de jogo me chamou muito a atenção, tanto que o chamei de maestro nas reportagens. Hoje, com 33 anos, mais “gordinho”, o que mudou do seu jogo desde o tricampeonato?
Mudou que hoje corro menos. Tento manter a bola com nosso time o máximo possível, até para cansar o adversário. Tem jogadores rápidos no time que sabem que quando pego a bola e vejo uma brecha, tento deixá-los em boas condições de finalizar. Até o jogo contra o A.A.A. parece que deu resultado, mesmo perdendo para eles e para o Arouca. Espero continuar ajudando enquanto estiver no time.
 
Acredita que o Bengalas seja um “time problema”? Por que tanto confusão envolvendo a equipe e alguns jogadores?
Cara, acho que melhorou muito. As últimas confusões acho que partiram do adversário, que fizeram com que nossos jogadores acabassem perdendo a cabeça, como no jogo contra o Arouca que o Philip tomou 2 pancadas na cara até revidar e começar um pequena confusão. E no jogo do A.A.A., onde quem fez a reportagem da partida viu que a minha expulsão foi extremamente injusta. Já no jogo do Fora, foi um problema envolvendo um jogador deles com a nossa torcida. Mas de resto acho que, como um todo, o Bengalas melhorou.
 
Como enxerga o Bengalas atual ante forças do Chuteira – Mulekes, CAV e Arouca, por exemplo?
Acho que Mulekes e CAV estão acima de todos os outros. O Mulekes, pelo seu conjunto, e o CAV, pela individualidade de seus jogadores. O restante briga de igual para igual, uns melhores, outros piores, mas equilibrados. Tenho certeza que se o nosso time conseguisse estar completo em todos os jogos, faríamos frente a Mulekes e CAV, assim como na 6ª rodada, quando batemos o Mulekes.
 
Uma frente com Ritolê, Luisinho e Zaidan é para meter medo em qualquer adversário, sem contar o Tché, ainda voltando de lesão. Foram 32 gols – média de 4,5 gols por jogo. É um dos melhores ataques da Ouro. Em compensação, tem uma das piores defesas se considerarmos os 12 classificados no momento (28 gols – média de 4 gols sofridos por jogo). O calcanhar de Aquiles do time é a defesa? O que explica isso?
Quem tem que achar se o Bengalas mete medo em alguém são os nossos adversários. Além desses que você citou, temos o Léo (Rinaldi), que desequilibra partidas a todo momento, e o Philip, que quando está inspirado mete uma fumaça boa. Acho que nossa defesa sofre bastante desde o início, mas desde a volta do nosso capitão, o Fernando Forte, voltamos a ter uma força melhor que acredito que vai fazer a diferença lá na frente.
Comentários (1)
nov 03, 2015

Luisinho é um cara super gente boa, sempre q joguei contra e tive de enfrentá-lo foi osso duro de roer, pentelho mas sempre leal e determinado. Se não sorri mto em quadra pelo menos do lado de fora n é bem assim... Desejo sorte a esse gde cara e ao Bengalas tb. Abrassssssss