Seu novo uniforme é de PR1MA! Facilitamos a sua vida!

    Agilidade e comodidade para você focar apenas no que importa... o seu time! @pr1masports e (11) 99210-4656

    Veja mais

Técnico do Jeremias abdicou de jogar bola para se dedicar exclusivamente a dirigir o time e manter a chama da equipe sempre acesa

O estilo bombado, cabelo raspado, pode dar a ideia de que DVD é daqueles fortões que gostam de uma encrenca. Porém, com ele, a primeira impressão não é a que fica. É só trocar algumas palavras respeitosas com ele que você descobre um cara sensato, cortes, um verdadeiro pai de família.
 
Na entrevista abaixo, DVD, técnico do Jeremias, fala sobre a evolução do seu time no Chuteira, a importância de um líder fora de campo e o quanto é apaixonado pelo campeonato e seus amigos.
 

Por que DVD?
Ainda no colégio alguns amigos, brincando, disseram: "Nossa, se tirar as vogais do seu nome fica DVD". Foi muita risada e felizmente pegou o apelido. Existem lugares que me chamam de David e eu às vezes nem atendo. (risos)
 
Você era jogador do Jeremias, mas no último ano só o vimos na beira do campo. Aposentou-se de jogar? Por quê?
 Estou no Jeremias desde o início de suas atividades. É um time que oscilou muito, hora estávamos bem, hora estávamos mal, e durante um bom tempo uma das maiores reclamações do time era a falta de um líder ao lado da quadra. Procuramos em inúmeros lugares e infelizmente não achamos. Foi quando comecei a ter algumas lesões, tal como rompimento do ligamento do joelho (jogando o Chuteira), tornozelo e ombro, que resolvi fazer o teste e acabamos percebendo que a experiência poderia dar certo, e demos continuidade. As lesões passaram e como o time veio em uma crescente, resolvi continuar cuidando dessa garotada. Além de me dar muita alegria, acaba sendo uma bela terapia cuidar desses marmanjos. (risos) Não foi e nem é fácil ficar de fora das quadras, mas tenho um motivo maior para estar todo sábado lá: continuar reunindo essa família Jeremias.
 
É mais fácil jogar bola ou ficar do lado de fora tentando fazer seus jogadores jogar bola?
Essa pergunta é bem relativa, pois se você tem uma equipe organizada e você está na quadra com belos jogadores, tudo anda perfeitamente. Mas como a realidade do futebol é bem diferente, acredito que ficar do lado de fora seja muito mais difícil, porque nem sempre você tem um time disciplinado taticamente e no decorrer de uma partida tudo pode acontecer. Uma equipe inteira depende do seu olhar clínico para que as coisas certas continuem dando certo e as erradas virem certas. 
 
Como encara o Jeremias numa Série Ouro? Acredita que o time tem chance de brigar por título?
Como não é novidade para ninguém, nosso time oscilou muito durante os semestres passados, mas esses últimos dois em específico, conseguimos dar uma identidade para o time, que está em uma crescente. A cabeça do time deixou de ser "vamos nos classificar" para "vamos levantar esse caneco". Afinal, o ‘não’ está garantido, agora vamos atrás do ‘sim’. Família forte, focada e muito determinada.
 
Pouco se vê o DVD nervoso em campo, reclamando escandalosamente ou discutindo com arbitragem e adversários. Até para reclamar com a organização você é elegante e sereno. Sempre foi assim ou é algo que vem a idade?
Eu particularmente sempre fui uma pessoa de amenizar as situações, mas tenho muito o meu lado protetor aguçado. Logo, qual a melhor maneira de proteger sua família? Simples: evite confusão e os mantenha longe de pessoas e situações que as possam colocar em risco. Assim, na quadra, se eu não der o exemplo, a fama que nos foi dada no início de nossas atividades – time de academia brigão – pode tomar proporções irreparáveis.
 
O Jeremias é conhecido como um time catimbeiro, com jogadores "malandros", que cavam falta, fazem cera etc. Tem dedo seu aí? Se não, você coíbe ou incentiva? Acredita que isso faz parte do futebol ou considera falta de fair play?
A média de idade do nosso time com certeza influencia demais, pois tenho um time muito responsável com o seu dia de amanhã, ao contrário de alguns moleques que vão para lá achando que o mundo vai acabar naquela tarde. Logo, tentamos manter o jogo de uma maneira que dominamos a partida sem ter que fazer faltas desnecessárias. E, se for preciso jogar com o regulamento embaixo do braço, por que não jogarmos? Agora, catimbar, cavar faltas e fazer cera, não concordo e repugno qualquer atitude que venha a manchar a imagem de qualquer jogador e principalmente do time.
 
O DVD é um técnico mais próximo do Parreira, em que meio a zero está bom? Ou daqueles que buscam o gol sempre (que hoje no Brasil não existe)?
Sou marinheiro de primeira viagem e peguei um time muito bagunçado taticamente, ingredientes perfeitos para você afundar seu barco na primeira tentativa, mas, pelo contrário, tive uma sorte imensa de encontrar pessoas inteligentes que associam todos seus pensamentos com muita facilidade. Tenho sim um senso defensivo mais apurado, até porque eu era um jogador de defesa, logo foi a grande sacada – "vamos focar na defesa e, sim, meio a zero vale três pontos" – mas agora que o time entendeu a marcação, estamos trabalhando forte no nosso ataque. Resposta disso é uma das melhores defesas do Chuteira e nosso ataque não fica muito atrás. O time está sendo lapidado aos poucos.
 
A maioria dos times campeões do Chuteira priorizava a defesa. Acha que o caminho é esse mesmo?
Sem dúvida, como dissemos acima, meio a zero leva título também. Um time bem postado defensivamente no contra-ataque pode matar um jogo. Jogando dessa maneira, algumas pessoas podem achar que o jogo fica feio, mas no final só vão lembrar do time campeão. Ninguém lembra do vice.
 
Como você monta o Jeremias? Entregue-nos sua tática, por favor.
Hoje postamos nossa equipe com um senso de marcação forte e vamos soltando nossos jogadores aos poucos com o objetivo maior que é o ataque. Praticamente 3 homens atrás, 2 meias e um enfiado. Sempre flutuando.
 
Sempre após os jogos vê-se os jogadores do Jeremias confraternizando com aquela(s) cervejinha(s). Não acha que isso atrapalha os jogadores a desenvolver seu potencial?
Cada time tem suas características e essa é a nossa maior! (risos) Como disse anteriormente, encaramos o Chuteira como um excelente campeonato, mas também como diversão, uma válvula de escape da semana corrida e até mesmo estressante. Só ajuda a unir cada vez mais essa família.
 
O que mudou do Jeremias do semestre passado para esse? Vê uma evolução?
Como eu disse anteriormente, o time está em evolução, criando cada vez mais identidade e acrescentando cada vez mais cartas na manga. Nesse semestre o time está mais organizado, e os jogadores cada vez mais comprometidos um para com o outro.
 
E em relação aos outros times? Analisando bem, parece que quase todos os times estão teoricamente mais fracos que no primeiro semestre, com exceção de Resenha e CAV. Concorda?
Só Resenha e CAV sempre foram times fantásticos e com pessoas à sua frente que não deixam a peteca cair. E, assim como o Jeremias a cada semestre que passa, fazem de tudo para crescer ainda mais. Não concordo que os outros times estão mais fracos, mas sim que alguns times se empenharam mais que outros para se arrumar, e isso acontece todo semestre. Neste tem muito time que pode ser surpresa e dar trabalho para muito time considerado grande. Não podemos subestimar ninguém.
 
Técnico ganha jogo? Já aconteceu de você pensar algo, mexer no time e ver o resultado ser alcançado claramente? Como foi?
Não acredito que apenas o técnico ganha um jogo e sim um conjunto. Nossa equipe é muito democrática, 90% das decisões são tomadas em conjunto, mas acredito que é indispensável um técnico para uma equipe que quer ganhar algo, afinal se existe alguém que no calor do jogo tem que ser muito racional para segurar o tranco em momentos difíceis, esse é o líder. 
 
Considera o Jeremias um time injustiçado pela imprensa do Chuteira? Várias vezes vocês reclamaram que não falamos de vocês.
Não considero. Quando comentamos algo a respeito das publicações nada mais é que uma forma de mostrar que estamos acompanhando o trabalho de vocês e pode muito bem ser uma maneira de estarmos elogiando e respeitando esse trabalho. Mas não vou negar que é bom ver as pessoas falando bem da nossa equipe.

A paternidade fez bem ao Dunder? Ou foi mesmo quando ele perdeu a barriga que voltou a jogar bola?
Vamos lá. (risos) O Dunder (para nós, Vini) é um dos remanescentes do início do Jeremias. Aqueles que conhecem o garoto lá de trás sabem que ele nos deu muitas alegrias, mas que o tempo foi um pouco cruel com ele – imagina um cara andando de pneu murcho? (risos). Ele fez algumas escolhas que o fizeram amadurecer muito, e com isso veio um belíssimo filho (por sinal, já dando início à categoria de base) e, consequentemente, novas responsabilidades. E grandes responsabilidades requerem um grande comprometimento. Dentro disso tudo, o Jeremias foi umas das coisas com que ele se comprometeu mais, e o resultado está aparecendo nos jogos.
 
O Alê Bim continua falando mais que jogando ou já se emendou?
Posso pular essa pergunta? (risos)
 
Acho melhor não. Seria a confirmação. (risos)
Está bom, vai. Alexandre Bim. Esse tiozinho já nos deu muito trabalho dentro e fora das quadras, mas hoje com certeza é um dos pilares de sustentação da equipe. Fala muito em quadra, mas hoje é muito mais orientador taticamente que propriamente um crítico não construtivo. Fora que, nas entrelinhas, é uma das pessoas do Hall da Fama do Jeremias, ou seja, sempre lutou por esse time dentro e fora do campo.
Você perguntou do Vini e do Alê, mas eu poderia muito bem falar sobre a importância de um por um do time, mas isso levaria muito tempo e com certeza eu não teria espaço suficiente para dizer o quanto esses caras fazem bem para mim e principalmente para o Jeremias. Essa família, sem dúvidas, é uma coisa pela qual vou fazer o impossível para mantê-los sempre com a chama acesa. Estou muito feliz com ela.
Comentários (0)