Real Paulista Classic e Futsamba fizeram um dos jogos da rodada: no 5 x 4 do RPC teve virada, revirada, decisão no finalzinho e Cadu mostrando que Deus perdoa, mas ele não. Melhor para o Classic, que ultrapassou o rival com o triunfo e firmou o pé no G-6.
Começando pelo início: durante os primeiros minutos de jogo só deu Sambão. Logo na saída de bola Torcas roubou a pelota e tabelou com Zé, que invadiu a área e obrigou Xico a mandar para o córner. Os pápeis se inverteram e, após a cobrança, Zé ajeitou para Torcas finalizar, sem tanto perigo quanto a primeira tentativa. A marcação do RPC era falha e Zé, em nova subida, pôs Xico para trabalhar mais uma vez.
O futebol, contudo, não tem nenhuma lógica: quem abriu o placar foi mesmo o Real Paulista, logo na primeira chance real de gol. Mené decidiu bater de fora, um pequeno desvio tirou Gago da jogada e o 1 x 0 estava feito. No mesmo embalo, Cadu exigiu defesa do goleiro após ganhar de Juvena no corpo; Gago afastou usando as pernas.
Idade não é documento: pequenino Torcas vem se destacando ao lado de Zé no ataque sambista
Mas o empate sambista viria pouco menos de dois minutos depois: o lance começou com Pagode, que jogou em Torcas; o jovem tabelou com Zé e serviu o camisa 10, que finalizou com frieza para deixar tudo igual. Juvena, vindo de trás, desferiu forte golpe contra a meta merengue, mas Darx afastou (os jogadores do Futsamba pediram pênalti, mas o juíz não deu moral).
Com o placar empatado, os dois times resolveram se arriscar um pouco mais. O jogo ficou aberto e Mené deu bom passe para Thiaguinho, que optou por cavar a falta dentro da área, sem conseguir enganar o árbitro. Torcas ligou Pagode em rápido contra-ataque, mas o camisa 20 carimbou o goleiro rival na hora da finalização.
A troca de golpes prosseguiu. Pedrinho desperdiçou bom contragolpe quando optou pelo chute em um momento que o Real Paulista pegara a zaga rival desarrumada. Zé, depois de bela matada na frente de Aricó, quase marcou o golaço da virada – a bola saiu por pouco. Vô também teve sua oportunidade em uma jogada iniciada pelo próprio no campo de defesa, mas não conseguiu completar para a rede.
Se o Futsamba apresentava mais volume, era o Real Paulista quem podia se vangloriar do poder de decisão. Cadu fez as vezes de garçom e inverteu para Aricó, que apareceu na direita e bateu na diagonal, sem chances para Gago.
O Sambão tentou mais uma vez com Vô e depois com Thesko pelo lado direito, que parou na zaga. Apesar da pressão sambista, a retaguarda do time laranja dava umas dormidas perigosas, mas que não comprometeram ainda mais o time durante a primeira metade.
Assim que a pelota voltou a rolar para o segundo tempo, uma dessas moscadas permitiu que o Real Paulista chegasse ao terceiro gol com relativa facilidade: Pedrinho desarmou o defensor no campo de ataque e serviu Cadu, que, livre, não teve dificuldade alguma para deslocar Gago: 3 x 1.
Quando Torcas voltou para o jogo, o camisa 10 Zé foi amarelado: azar do Sambão, já que o time rendia muito mais quando os dois se encontravam em quadra. Ainda assim, o time martelou da maneira que podia. Pedro teve chance, mas não conseguiu tirar de Xico. Já Edson, na esquerda, teve competência para tirar do goleiro com um belo chute cruzado que restabeleceu as esperanças do Futsamba.
Era hora do duelo ficar disputado. Pagode esteve perto do empate quando por muito pouco não acertou o ângulo; Xico teve a mesma sorte no lance seguinte, quando uma bola de Edson que parecia destinada à gaveta saiu pela linha de fundo. Douglas continuou a blitz após vencer o zagueiro e girar bonito diante de Xico, mas a finalização não foi tão boa quanto o resto da jogada.
Tudo indicava que a maré mudara para o lado do Futsamba: quando Juvena invadiu a área e foi desarmado por um Lê Rosa cheio de vontade e o juizão assinalou pênalti, a impressão foi de que a vitória do time parecia estar encaminhada. Torcas chamou a responsabilidade e bateu bem, deixando tudo igual. 3 x 3!
Na parada técnica, o treinador merengue cobrou organização para garantir o resultado: a equipe realmente parecia um pouco desatenta durante o segundo tempo. As palavras não surtiram efeito imediato, tanto que Edson avançou como quis pela esquerda e só não virou a partida porque a torcida sambista gritou gol antes da hora, fazendo com que ela batesse na trave.
A virada só viria aos 16, em grande jogada de Torcas: o garoto recebeu entre dois marcadores, deixou ambos para trás e tocou no contrapé de Xico para anotar o quarto gol de sua equipe no dia. O problema foi a mudança de postura do time após a conquista da virada: o Futsamba refreou o ímpeto e deu muito campo para o Real Paulista trabalhar.
Era a vez dos merengues irem para cima, e o xerife Portuga, que não tivera culpa nos gols, quase colocou no ângulo de Gago, que teve que fazer grande defesa. O RPC seguiu insistindo até que a bola caiu nos pés de Cadu, que até então parecera um pouco isolado do resto da equipe. Acontece que o cara é um matador nato: ele girou em cima do marcador e pôs para dentro. 4 x 4.
RP Classic comemora mais uma vitória e a boa fase, para calar a boca de quem dizia que time não emplacaria na Ouro
Os times fizeram novo tempo. Na volta, Portuga e Cadu tentaram jogada idêntica ao do quarto gol, mas a zaga foi mais rápida. O relógio se aproximava do fim e as coisas ficavam complicadas para o Futsamba, que perdia o controle do jogo. O golpe fatal veio quando Mené roubou a acionou Cadu na direita: o matador chapou com competência e correu para o abraço: Real na frente mais uma vez!
Torcas voltou para a quadra e cobrou lateral na cabeça de Juvena, que quase mudou a história do jogo. Mas o Sambão não tinha mais forças para buscar o empate. Tanto que a última jogada da partida saiu dos pés de Thiaguinho, que quase marcou o sexto gol da esquadra alvinegra.
A reação do Real Paulista permitiu que o time deixasse o Futsamba para trás, assumindo a quinta posição do Grupo A: o adversário na quinta rodada seŕa o Arouca Jrs. Já o time de Zé e Torcas pega o Primatas.
Ficha Técnica
Real Paulista Classic 5 x 4 Futsamba - 4ª rodada do XX Chuteira de Ouro
Gols: Cadu (3), Mené e Aricó (RPC); Torcas (2), Zé e Edson (F)
Cartões amarelo: Lê Rosa e Aricó (RPC); Henry e Zé (F)
MVPs: 1 - Cadu (Real Paulista Classic); 2 - Carioca (Real Paulista Classic); 3 - Torcas (Futsamba)
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