Sai um Penãrol, entra outro, com o uniforme reserva. No duelo entre a consagrada defesa uruguaia e o marrento talento argentino, garra, catimba, faltas, muitas faltas e gols, vários. O primeiro foi de Marcel, aos 4, no chute colocado da intermediária no canto esquerdo. Paulinho saltou, mas não adiantou. O TCM saía na frente diante do Império Celeste.
 
Minutos antes Jonny acertara um torpedo à meia altura de fora da área que Marco espalmara. E, no toque de bola, depois do baque, ela sobrou para Coxa na esquerda acertar lindo chute no ângulo pra empatar. Ela ainda resvalou no travessão, só pra ficar registrado.
 
E o jogo seguiu truncado, com os times tentando encaixar jogadas, errando passes e atirando a esmo. Na melhor chance, Eduardo, o capitão celeste, bateu cruzado da direita. Marco rebateu e Luiz Bachiega, na sobra, já com o arqueiro entregue, finalizou no centro da meta e Rafa Pedro impediu a virada. O herói, contudo, combaliu ante o improviso de Rômulo, que roubou a bola na direita, driblou um destemido e chutou cruzado, de bico, pra colocar o Império na frente do placar. 2 x 1!
 
A alegria durou pouco porque os uruguaios vieram com tudo. Alemão e Caio Duarte trocaram passes próximo à área rival – a zaga celeste bem que afastou a empreitada, mas Rafa Pedro, endiabrado, pôs no cantinho esquerdo e vibrou calado. Era o empate do TCM, que só não virou, com o próprio diabo, porque a trave o impediu.
 
Quando o TCM estava melhor, no contra-ataque imperial, bola alçada na área que ia pra fora, Caio meteu a mão na bola e o juiz não teve dúvida. Pênalti e amarelo para Suárez. Os jogadores celestes pediram vermelho, mas o professor justificou a piedade porque a bola não iria para a caçapa. Guedes pegou a bola e fuzilou rasteiro no canto esquerdo. Marcão caiu e espalmou! E fim de etapa movimentada.
 
Começou a derradeira com Guedes tentando se redimir da falha capital. Ela veio à meia altura e Marcão botou pra escanteio. Na sequência, Rômulo ajeitou para Coxa. Marco saiu nos pés de Mascherano e salvou.
 
Aos 7, Caio Duarte, após cumprir punição, ciscou na ponta direita e levou uma dedada na cara, que não passou desapercebida. Falta. Ele mesmo cobrou. Rasteira, no meio do gol. Paulinho chegou a evitar com os pés, mas Renan completou, ela escapuliu das mãos do arqueiro e cruzou a linha em câmera lenta para delírio no outro lado do Rio da Prata.
 
Aos 13, o diabo. Rafa Pedro deu um lençol em Luiz na lateral esquerda e bateu cruzado. Mas como todos os suspiros genuínos, acabou interminado. E quem corrigiu a tragédia foi outro capeta, Nino, que em dois lances magistrais – uma batida cruzada na esquerda e uma piada inventada em cima da hora, com direito a drible, escorregão e nostalgia – escreveu com dois golaços a profecia atroz cujo destino parecia decretado, não fosse a fé celeste. A primeira devoção foi na bola parada. Rodolfo sofreu falta na esquerda. Coxa cobrou rasteiro e ressuscitou os anjos. Em seguida, Guedes quebrou o luto e abriu caminho para a redenção: um relâmpago divino de Coxa no centro da meta, sem chance para Marcão, e assim o Império se reerguia. 5 x 5!
 
O TCM conquistou seu primeiro ponto e agora tenta engrenar contra o SPQSF na próxima rodada. Já o Império Celeste correrá atrás da segunda vitória contra o Cachorro Velho.
 
Ficha Técnica
 
Império Celeste 5 x 5 TCM – pela 3^a rodada do XIV Chuteira de Prata
 
Gols: Coxa (3), Rômulo e Guedes (IC); Marcel, Rafa Pedro, Renan e Nino (TCM)
 
Cartões amarelo: Caio Duarte e Alemão (TCM)
 
Cartão vermelho: Caio Duarte (TCM)
 
MVPs: 1 – Coxa (Império Celeste); 2 – Nino (TCM); 3 – Rafa Pedro (TCM)