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Thiago Dacal, atual técnico do CAV, é um estudioso do futebol e busca aplicar o que aprende lendo nos times que dirige; Fora de Série e CAV estão aí para provar a eficácia

Foram mais de dois anos de Fora de Série – e muitas derrotas – até deixar o time com uma estrutura invejável e no nível para competir com as grandes forças do Chuteira de Ouro. O desafio que viria em seguida seria maior – dirigir o CAV. No primeiro teste, aprovado – a conquista do título do Festival Bola na Rede, em agosto último. Agora o grande desafio – fazer o time vencer o troféu após 3 semestres batendo na trave.
 
O Chuteira News conversou com Thiago Dacal, que expos com sinceridade e sem rodeios como é sua forma de trabalhar, desafios de dirigir uma equipe estrelar e como lida com a pressão de sempre ter de vencer e convencer. No CAV, até o momento o trabalho é 100% – nenhum tropeço sequer. Porém, se essa combinação – um técnico que pensa a longo prazo com uma equipe que pensa no curtíssimo prazo – dará mesmo certo só saberemos no final do ano. Confira abaixo.


Por que você deixou o Fora de Série e foi ser técnico do CAV?
Quando eu tinha uns vinte e poucos anos, gostava de olhar o futebol do ponto de vista tático. Aos poucos fui tendo curiosidade de tentar aplicar as coisas que eu imaginava dentro de campo, em um time, e surgiu o sonho de um dia ser técnico de futebol. Fiquei 8 anos com um time de society que eu criei, que sempre foi muito fraco, mas aplicado taticamente, até que um dia, baseado no que eu tinha feito no meu time anterior, fui chamado por um jogador do Fora de Série (Segawa) para comandar o time. Não conhecia ninguém no começo, e ali construímos em 2 anos algo que nem imaginávamos. A ida para o CAV faz parte dessa escalada. O CAV é uma equipe de características diferentes da imensa maioria dos que joga o Chuteira, e imaginei que seria uma experiência bastante positiva, de diversos pontos de vista.
  
Qual a diferença de trabalhar no Fora e agora no CAV? É muito grande? Você sofreu no início ou tirou de letra?
A diferença é bem grande! No Fora a cobrança e a pressão eram muito pequenas. Quem mais me pressionava era eu mesmo. Meu primeiro semestre no Fora, dentro do Chuteira, nós não vencemos um jogo sequer, quase caímos para a Bronze. Escapamos do rebaixamento por uma vitória de WO na última rodada, e a única coisa que ouvia das principais cabeças do time era: "Siga seu trabalho, acreditamos que esse é o caminho". Ou seja, lá podíamos perder. E eu sei que para você se tornar vencedor, você precisa, antes de tudo, perder. Você precisa aprender a perder, e entender por que perdeu. Isso vai te dar a estrutura necessária para saber vencer e entender por que venceu. O Fora me deu a liberdade de mostrar para cada jogador porque se perde os jogos, e o que você tem que fazer para vencer. No CAV não há esse tempo. Você precisa chegar e vencer. 
Sofri no início pela responsabilidade. A trajetória do CAV no Chuteira fez a equipe ser muito visada, pro bem e pro mal. Este cenário, indiretamente, aumenta a pressão por resultado e por bom futebol. E logo que cheguei no CAV um dos primeiros jogos foi contra o Mulekes, que vinha sendo a pedra no sapato do CAV. Eu conhecia pouco o elenco e o próprio Caio (Fleischmann, manager da equipe), a adaptação a todo esse cenário no começo foi dura, mas agora já passou e está tudo tranquilo.
 
Acha que a combinação de técnico que pensa a longo prazo pode dar certo diante de uma equipe que pensa a curto prazo?
Está aí uma pergunta realmente difícil. De bate pronto, opinando como se eu tivesse de fora, eu responderia que não. Mas analisando a minha situação no CAV eu mudo a resposta e digo que pode dar certo. Para isso, principalmente eu, tenho que adaptar meus métodos (e estou tentando fazer) para buscar os objetivos do CAV. Em alguns casos, preciso ceder mais do que eu gostaria, mas faz parte do momento e das características organizacionais do time. Quando aceitei o convite eu estava disposto a ceder para viver a experiência. Mas não vou deixar de acreditar nunca que o time que pensar a longo prazo e passar pelo período de adaptação (doloroso e demorado) com certeza estará muito mais próximo dos seus objetivos do que quando se pensa a curto prazo. Isso também não quer dizer que pensar a curto prazo impede alcançar os objetivos, somente que é mais garantido no longo prazo.
 
Como enxerga o CAV na Série Ouro? O time é favorito mesmo ao título?
Sim, é um dos favoritos e precisa saber lidar com isso. Individualmente é o elenco mais forte do Chuteira. Mas um time de futebol não valoriza a individualidade de um jogador. Este esporte é coletivo, e um time de qualidade e bem organizado taticamente equilibra um confronto com uma equipe com mais talento individual. O CAV está entre os favoritos por toda qualidade individual dos jogadores, mas, pela força da equipe, existem times que se tornam tão fortes quanto o CAV.
 
Qual o time que você mais tem receio de atrapalhar a trajetória do CAV?
A manutenção do elenco e da filosofia de jogo por mais do que 2 semestres faz com que algumas equipes ganhem uma força muito grande. Dentro dessa linha de pensamento, Só Resenha e Fora de Série são times que podem se tornar favoritos no campeonato. O Mulekes tem qualidade bastante incomum (sempre foi o time que eu gostei de assistir jogar), perdeu algumas peças importantes, mas repôs com qualidade, deve ser osso duro também. Eu apostava no Bacana e no Arouquinha no começo da Ouro, mas parece que estão tendo dificuldades para conquistar os resultados, e o Bengalas também montou um time bem forte e competitivo. Citei time pra caramba, mas eu acho que são os que estão mais preparados atualmente. Como cada jogo é uma história, e o campeonato vai se desenhando a cada sábado, favoritos caem, e às vezes surgem surpresas agradáveis como o Kansado. Aliás, um time que deu um trabalho imenso para o Fora na Copa Apertura em janeiro, que se reforçou e está forte demais na outra chave.
 
O CAV é conhecido por não manter um técnico por muito tempo – um tropeço pode ser fatal. Como lida com a pressão de sempre ter de ganhar, ganhar e ganhar? Há receio de demissão?
A pressão faz parte. Eu sou muito tranquilo. Estou comandando equipes de society há mais de 10 anos, aprendi a enxergar e entender o futebol. Uma equipe como o CAV tem que ter pressão e quando aceitei o convite sabia que isso existiria. Não há receio algum de demissão, sinceramente. 
 
No primeiro desafio, Dacal teve de controlar os ânimos do presidente e levar o CAV ao tricampeonato do Bola na Rede

Qual sua contribuição num time recheado de craques e grandes nomes do society? O time precisa de fato de um técnico ou os boleiros "resolvem" sozinhos dentro de quadra?
Comparando com a contribuição que eu dei ao Fora, o CAV é um time que precisa muito menos de um técnico, mas não acredito que os boleiros resolvam sozinho. Por mais qualidade que tenha, o jogador pensa de maneira diferente de um técnico, e, às vezes, por estar na adrenalina do jogo, dentro de campo, o atleta não enxerga o caminho estratégico de vencer uma partida. Em muitos jogos, a qualidade e forma de jogar decidem o jogo, em outros será necessária uma visão, mesmo que mínima, de estratégia. E existe uma coisa que os boleiros não pensam muito, mas o técnico tem que pensar, que é “casar” as características dos jogadores para minimamente organizar a equipe.
 
Qual considera o jogador que pode ser decisivo para um título que o CAV bate na trave há quase dois anos para conquistar?
Essa é difícil também. Existe um jogador que chegou ao CAV praticamente junto comigo. Não foi pedido meu, mas fui questionado sobre ele e respondi que sempre quis tê-lo no Fora, que é o Diogão. Ele equilibra o CAV. Ele dá o senso de equipe que todos precisam ter. Foi decisivo no Festival Bola na Rede, quando saiu como MVP do torneio, e continua sendo peça chave. Além dele, outros podem ser decisivos com passes e gols, como Luizão, Japa, Edinho, Henry e Diego Orsi, mas de nada adiantará se cada um desses fizer um gol e o Gallego, Cioffi, Cidrão não segurarem a bronca lá atrás. Enfim, citei os nomes mais conhecidos, mas tenho uma visão muito clara sobre futebol, nada é mais forte que o conjunto. Ninguém ganha um campeonato porque um jogador fez 1, 2 ou 3 gols decisivos, você ganha um campeonato jogo a jogo, e cada jogo tem uma história.
 
Como é ter muitos bons jogadores e só 50 minutos para todos jogar?
Difícil demais. Coloquei como meta levar no máximo 13 jogadores por partida, isso diminui a dificuldade. A verdade é que todos têm que entender que às vezes um estará em uma tarde melhor que o outro, e que cada jogo pede uma situação diferente, uma determinada característica. A nossa luta é fazer com que todos entendam isso, mas pela quantidade de times que esses jogadores já passaram, acho que todos entendem.
 
A direção interfere na sua forma de escalar e pensar o time? Existe aquela coisa de direção escalar jogador?
O Caio gosta de dar os palpites dele. Acho que por toda a dedicação que ele tem no CAV, por toda a vontade que ele tem de vencer, ele se preocupa e quer dar a visão dele sempre. Não acho isso um problema, sinceramente. Deixo até jogadores opinarem se quiserem. A decisão é, e sempre será, minha. Caso um dia não seja, o CAV não precisará mais de mim, e seguirei minha vida. O Caio já sabe que eu sou teimoso quanto às minhas escolhas e critérios, e por mais que ele tenha as visões dele, ele respeita.
 
Você é relativamente novo e demonstra grande conhecimento de futebol. O que faz para melhorar nesse quesito?
Obrigado pelo reconhecimento. Como eu disse em uma das questões anteriores, eu tenho vontade de ser técnico, ou pelo menos trabalhar no futebol, há muito tempo. E eu acredito que o futebol brasileiro profissional é muito mal administrado, fora e dentro de campo. Há alguns anos passei a me dedicar a fazer cursos, assistir a palestras, ler e estudar livros e conteúdos na internet sobre futebol. Tenho uma lista de uns 10 livros já lidos sobre futebol. Dois sobre a gestão que mudou o Barcelona, um sobre o Marcelo Bielsa, dois sobre José Mourinho, outro sobre o Corinthians, enfim, nem lembro todos. Tenho mais uns 20 livros em casa sobre todo tipo de conteúdo de futebol. E estudo muito conteúdo na internet sobre forma de treinamento. Tem vários vídeos de treinos do Guardiola e tem sites que dão cursos, como o da Universidade do Futebol. Diariamente leio algo na internet, e sempre estou lendo algum livro. Colocava isso em prática no meu time, depois aperfeiçoei muito no Fora, que, aliás, vale ressaltar, tem um padrão e organização tática que nenhuma equipe do Chuteira tem, e agora estou inserindo um modelo de jogo no Só Quem Sabe, mas já sei que demora para pegar. Como já disse acima, a filosofia tem que durar pelo menos 2 semestres, aí fortalece.
Comentários (7)
out 07, 2014

Thiago, Obrigado pelo elogio ao Só Resenha, e concordo com vc quando afirma que depois de dois semestres a consistência melhora nos times. Como eu disse anteriormente, o Só Resenha coloca um tijolo por vez, ou seja em cada jogo, jogamos como se fosse o ultimo, e, isso tem feito com que tenhamos sucesso e vitórias. Abraços à todos do Cav. Luís Francisco

out 07, 2014

Um grande passo que o CAV deu para cada vez mais evoluir. Mesmo o CAV sendo um time acustumado com títulos e decisões, desde a sua chegada evoluímos muito! Evoluímos no bom ambiente, na parte técnica e no comprometimento com os nossos objetivos! Vejo vida muito longa do Dacal no meu time, pois alem de tecnico e amigo faz funções se diretor e tem uma importancia muito maior do que qualquer um já teve. Vamos em frente buscar de volta esse caneco da ouro para casa! Abraços e parabéns a organização pela matéria

out 08, 2014

Eu gostaria de poder descrever o Fora antes do Dacal e depois do Dacal... mas as mudanças são tantas que ficaria impossível!!\r\nO cara é simplesmente um fenômeno de competência. Parabéns pelos trabalhos e obrigado pelo Fora de Série ser o que é hoje!!\r\n**Mas muito obrigado mesmo por ter saído e ter aberto as portas para a maior revelação do mundo do futebol... o treinador mais preparado e fashion do Brasil... Deco é o cara!!! Bjo fessô!

out 08, 2014

Thiago marcou o Fora de Série por que além da competência indiscutível é uma pessoa extraordinária! Foi mais que um técnico nesses 2 anos de Fora, passou a ser amigo e confidente da maioria dos jogadores. Parabéns Thiago, e muito sucesso nos novos desafios! A Família Fora se orgulha muito das tuas vitórias.

out 08, 2014

Bela matéria. Além de um puta treinador, digno de ser chamado de professor, é uma pessoa extraordinária. Quem não o conhece nem imagina o que ele tem para nos oferecer de aprendizado fora de quadra que podemos adaptar e utilizar dentro de quadra. Grande abraço e boa sorte, sempre!

out 08, 2014

Trovão, o Só Resenha é um time que acompanho há algum tempo também. De longe, é verdade, mas observo. Taticamente muito bem postado neste ano de 2014. Só evolui. Parabéns pelo comando.\r\n\r\nCaio, obrigado pelas palavras. O CAV evolui por todos que o formam. O grupo formado é de boas pessoas, isso facilita pra mim e pra vc, certo?\r\n\r\nGabriel, Ramon e Sega, obrigado, mais uma vez pelas palavras. Infelizmente não são todas as pessoas do mundo que têm o privilégio de viver o Fora de Série, eu fui só uma pecinha que indicou um caminho diferente. E juntos vimos que a caminhada é muito mais importante do que a chegada. Continuem caminhando...\r\n\r\nObrigado por tudo

out 09, 2014

Só temos a agradecer a você Thiago. A caminhada continuará e você sempre andará ao nosso lado!