Chuteira de Ouro - CONTRA-ATAQUE # 127

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Decisões de Ouro a Chuteira 5 trazem times que já estiveram em decisões – e isso pode fazer toda a diferença

Douglas Almasi
Jun 24, 2024
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Semifinal empatada no Estádio Chuteira de 5. Restam segundos para ser decretada a prorrogação com morte súbita. Nos pés do bass 10, a oportunidade de ir para a grande decisão – inédita à história de sua equipe. A bola, limpa e oferecida dentro da área, insinua-se pra finalização certeira. É o momento do êxtase, porque a arbitragem está em ouriço para acabar o tempo regulamentar. A finalização é com a firmeza necessária para soltar o grito de emoção pela classificação entalado na garganta. Só que a chapada se choca no “pé” da trave esquerda, e o melão, em seguida, escorre para o lado, cedendo a oportunidade para o encerramento dos 50 minutos e, ao mesmo tempo, prolongando a angústia de quem torcia para algum dos dois times.

O lance protagonizado por DJ Dan Crespo foi um dos capítulos mais tensos de um sábado de semifinais sem surpresas para as definições das finais na Ouro 33, Prata 27, Bronze 24, Aço 19 e Chuteira 5. 17, mas também, principalmente, de uma comunicação entre partes que foi o inverso: espantosamente, houve uma maturidade de quem saiu derrotado de quadra nunca visto antes na história da LCOF7. Simplesmente um dia perfeito para organização e arbitragem, que não tiveram de lidar com reclamações que são mais desabafos próprios do que algo plausível para debates acerca de melhoria na sociedade.

As equipes eliminadas aceitaram para doer menos, mas, no fundo, a maioria delas sabe que o outro lado estava mais preparado. Não que o Bass tenha sido incompetente para ir à final do Chuteira 5, mas o gol que DJ Crespo deixou de fazer é o que realmente define quem avança. É um poder de decisão que poucos times possuem.

Porque, na prorrogação, foi Gui Soares quem marcou o gol de ouro que colocou o Redbull MK na final, excluindo o Bass da festa no próximo sábado. O histórico “quem não faz, toma” sempre estará presente no futebol, e DJ Crespo deve estar atordoado por não ter feito o seu quarto tento no 3 x 3 para sair como mártir bassiano. Tenho absoluta certeza que ele trocaria sua tripleta pelo gol da classificação. Perdeu uma oportunidade que times como Wake 'n' Bake, Panela, Plata o Plomo, Interativo, The Homer, Originais, Lauzangeles Galaxy, Avaí Xurupita, Puzzle, e seu algoz RMK, não vacilaram. Não à toa, são todos finalistas.

Rubão recebeu, dentro do rock and roll, cruzamento rasteiro, cirúrgico, de Joninhas. Era o outrora R10 – dos tempos de Vingadores – e a bola. De diferente para a jogada que envolveu DJ Crespo, apenas Jorge ter ficado pelo caminho. O artilheiro do Panela não chapou no “pé” da trave. Não mandou para fora. Não jogou nas mãos do arqueiro. Sua finalização foi certeira para virar uma partida difícil de se jogar ante seu arquirrival Cacildes de Ramos. Um autocontrole que somente poucos jogadores no universo chuteirense consegue exercer. Também ajuda o fato de o Panela ter em seu DNA o termo “campeão”. É a terceira decisão de divisões na LCOF7 que a equipe a contar com Léo, Math, Andrey Profeta, entre outros paneleiros, alcança. Algo particular, porque o Plata o Plomo, na Prata 27, fará sua segunda decisão de divisão. Seu adversário irá debutar em final: o Interativo quebrou um tabu que completaria nove anos.

O PP de Jarra soube ser decisivo quando “oportunizou” com a lesão de Miranda. Sem goleiro reserva, coube a Renan Assumpção assumir a meta do Fúria ZB. Diminuir a atuação dos platistas-plomistas no 6 x 2 é canalhice sem precedentes, mas, tiveram, sim, uma facilitação no trabalho. Renan até se vira bem quando atua como goleiro, mas estava numa semifinal ante Cacosa, Dedeko, Gustavo, Benight, Gui, o próprio Jarra… Enfim, no detalhe de planejamento do FZB, o PP fez o que Rubão também não desperdiçou: colocou o melão no balaio.

Os dez times que estarão em finais no próximo sábado (Aço 19 e Chuteira 5.17), e no dia 06 de julho, têm potencial de levantar a taça relacionada à sua divisão. Inclusive, pode até ser considerado 50% de favoritismo para cada lado, porque é jogo único. Porém, há um diferencial que transforma, no mínimo, para 51% e 49%: quem já foi finalista tem a mentalidade de ser contundente quando necessário.

A final do Chuteira 5.17 será a mais desproporcional. O favoritismo do Puzzle supera 51% com folga. Quando o Redbull MK entrar no gramado do Estádio Chuteira de Ouro 14 para duelar ante Costa, Portugal, Edmago, Miojo, Thiaguinho, Nardi, Amaury, Matheuzão, Gui Rossetto, Muca etc., não estará encarando apenas um dos times mais fortes da LCOF7. Seu outro enfrentamento é mental, porque os puzzlenianos estarão realizando sua segunda final de divisão seguida (é o atual campeão da Copa Estrelato). Isso, na hora do “vamos ver”, tem peso bruto. Não quer dizer que Costa, numa comparação hipotética, faria, com certeza, o gol do Bass se estivesse no lugar de DJ Crespo. Porém, para quem já possui os brasões de “finalista” e “campeão”, o caminho é menos espinhoso. As dimensões das traves aumentam. Para DJ Crespo, encurtaram.

Nas outras quatro divisões, pelo menos um time já saboreou um sábado de decisão. Na Série Ouro, ambos os finalistas já conquistaram, inclusive, títulos. Porém, pode se dizer que o WB tem 51% de favoritismo contra o Panela por estar, em sua história, na terceira decisão dourada. Um alcance que não deve ser ignorado, porque uma partida final não é feita apenas de técnica. Talvez a meta para Rubão encurte, como foi com DJ Crespo, ante Cutait. Não é agourar, paneleiros: é preciso trabalhar com várias hipóteses (por isso uso “talvez”), algo que o FZB, ao perder seu único goleiro, mostrou não ter feito.

Na Prata 27, o Plata o Plomo já foi finalista da Aço 13. O Interativo faz sua primeira decisão. Na Bronze 24, o papa-títulos The Homer vai pra sua quarta final seguida de divisão na LCOF7. O Originais, estreia. Na Aço 19, outro time que já levantou dois troféus (Estrelato 11 e Chuteira 5.16): Avaí Xurupita. O Lauzangeles Galaxy jogará uma final pela primeira vez. “Time por time”, ninguém deve para ninguém. A famosa “a sorte está lançada” precede a tão repetida “que vença o melhor”. Para o delírio linguístico de Lucas P.

Agora, só se alguém sair – Diversas vagas de acesso foram preenchidas depois da jornada de semifinal. Na verdade, Duelo e Vila Míssel já entraram em quadra como novos membros da Prata 28 (segundo semestre). Quem também já tinha essa prerrogativa era o Fúria ZB, que integrará a Ouro 34, por ter feito a segunda melhor campanha entre os semifinalistas e enfrentar justamente um campeão de grupo, o Plata o Plomo. No outro confronto, ficou definido que o vencedor também iria para a elite chuteirense: o finalista Interativo está de volta à divisão dourada. O La Barca sobe se um time da Ouro desistir.

O Avaí Xurupita conquistou passagem à Bronze 24 com sua ida à final da Aço 19. Teria ainda boa chance caso ficasse pelo caminho, por ter ficado em segundo no Grupo A, mas, daí aliando a um sucesso do seu adversário no próximo sábado, o Lauzangeles Galaxy, ganhador da mesma chave. Se desse Time da Alegria, e triunfo do Rabisco, o AX entraria na fila de espera. Porém, os favoritos venceram, e a rabiscada vai junto aos avaianos por ter feito melhor campanha que o TA.

No Chuteira 5.17, o Cura Ressaca foi goleado pelo Puzzle já classificado à Aço 20 – por ter sido terceiro colocado e enfrentar o campeão do Grupo A. A outra vaga ficou com o finalista Redbull MK, deixando o Bass como o primeiro na fila do acesso caso alguma equipe das séries acima se desligue da LCOF7 entre semestres. Assim estão também times como La Barca, Cabotagem Vasco e Time da Alegria. Meu conselho: orem para ficarem mais uma temporada onde estão (a história diz que não vai adiantar). Fará bem para vocês ganharem maturidade suficiente, porque nem sempre subir é bom para a saúde da equipe. Esta coluna parabeniza a todos que subiram de divisão, e aos que estão no banco de espera – não é fácil conquistar esse estágio.

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