Um time é feito de tática, técnica e nervos. Quando equilibrados, juntos, podem fazer toda a diferença. Mas a equação para manter tudo isso no lugar não é assim tão exata. O Bengalas começou avassalador e o jogo tinha cheiro de vitória aurinegra, mas um pouco de pólvora e uma faísca causaram um grande estrago e deram ao forte time do Arouca muito mais que uma oportunidade.
Logo no primeiro lance de ataque, o Bengalas chegou ao gol. Ritolê recebeu dentro da área e girou rápido, batendo firme. O goleiro deu rebote e Philip acelerou e chegou primeiro que a marcação para conferir pra dentro da meta. 1 x 0! Um gol relâmpago que valida a intensidade que o time amarelo e preto vem demonstrando na competição. A resposta dos portugueses surgiu pouco depois: em rápida troca de passes entre Everton e Barata, este serviu o companheiro, que bateu para a boa defesa de Baki, goleiro seguro e bem posicionado.
O jogo corria muito bem e estava aberto para os dois lados, mas uma indefinição da arbitragem definiu novos rumos para a partida. Autor do gol, Philip estava pilhado e querendo jogo, saiu para marcar pressão e recebeu uma mão na cara de Arthur Fon. A arbitragem não viu intensão e mandou seguir. O camisa 88 perseguiu seu agressor e alegou ter tomado outro empurrão quando perdeu a cabeça e prensou o rival contra o alambrado. O tempo fechou e só depois de muito papo que a arbitragem decidiu expulsar os dois, além do zagueiro Guitolê, que chegou com cara de poucos amigos e mão fechado para o fusuê.
Tempo esquentou e foram 3 expulsões após confusão; a partir daí, um jogão com vitória do Arouca
Sem dois dos principais nomes do elenco, o Bengalas perdeu opções de troca e ficou mais desprotegido para a força coletiva do Arouca, que soube aproveitar muito bem a oportunidade e logo virou o jogo. Duas vezes Everton, o atacante referência da equipe, o homem-gol dos portugueses. Na primeira, o camisa 18 completou de primeira o cruzamento vindo da direita; na segunda, o Bengalas parou para reclamar de uma possível bola na mão de Tony, que deu sequência ao lance e bateu no gol. A bola encontrou o centroavante, que fez bem sua função, deixando o Arouca em vantagem. 2 x 1.
A situação poderia ficar ainda pior se não fosse o goleiro Baki, que fez um verdadeiro milagre após paulada de Netto, que ajeitou de longe e soltou o pé. A bola tinha endereço certo, mas o goleiro aurinegro mergulhou na direção certa e conseguiu mudar a trajetória da bola antes que ela dormisse nas redes.
A paralização para o intervalo foi fundamental para o Bengalas, que conseguiu por a cabeça no lugar e reciclar o fôlego. Com isso, o início da segunda etapa foi novamente melhor para o time aurinegro. Logo no primeiro minuto, Luisinho arrancou pela ponta esquerda e bateu forte, cruzado, levando muito perigo à meta de Maurício.
Aos 3 minutos, Toloi lançou Léo Rinaldi, que penteou a bola e bateu forte, no canto do goleiro – que chegou a tocar nela – e fez o gol de empate para o Bengalas. 2 x 2! O Arouca parecia ter ficado no intervalo tamanha era a apatia dos jogadores no começo da etapa complementar. Tal comportamento rendeu a virada, que soou como um tapa na cara da equipe. Novamente Rinaldi, desta vez tendo Ritolê de garçom, escapou pela esquerda e bateu rasteiro, por baixo do corpo do arqueiro.
Mas o tal tapa serviu para acordar os portugueses, que vieram para cima com tudo. Ao Bengalas, sobrou fechar-se e procurar um contra-ataque, mas as bolas não chegavam para os homens de frente, deixando a situação crítica e a vantagem no placar perecível.
Léo Rinaldi entrou bem no segundo tempo e, com dois gols, virou para o Bengalas, que sofreria outra virada até o final
Primeiro, Netto exigiu linda defesa de Baki em chute cruzado, depois foi a vez de Everton girar dentro da área e testar os reflexos do arqueiro. Na terceira tentativa do Arouca, Barata rolou na medida para Cesinha chegar de trás e bater rasteiro, seco, inapelável. 3 x 3!
O empate foi um verdadeiro balde de água fria no ímpeto aurinegro. O time perdeu totalmente a concentração e viu a virada chegando em questão de tempo. Mas antes disso, ainda teve uma reclamação de pênalti em Ritolê, que sofreu uma carga nas costas dentro da área, mas nada foi marcado. Sem a penalidade e sem fôlego, o Bengalas assistiu a virada acontecendo. Aos 17 minutos, Netto recebeu de Mota e bateu colocado para concretizar a virada. Na saída de jogo, a defesa errou feio e o mesmo Mota roubou a bola e bateu forte, no ângulo, fora do alcance de Baki. Duro golpe para o time amarelo.
Pela honra, Luisinho ainda deixou sua marca após Salva rolar cobrança de falta ensaiada, mas era tarde e não havia mais forças para reagir. O Arouca fechou-se bem e dominou os minutos finais para garantir os três pontos e a segunda posição. Já a escalada do Bengalas foi freada e agora o time está no quarto lugar. Na próxima rodada, os portugueses medem forças contra o Fora de Série e os aurinegros pegam o A.A.A.
Ficha técnica
Bengalas 4 x 5 Arouca – 4ª rodada do XX Chuteira de Ouro
Gols: Léo Rinaldi (2), Luisinho e Philip (B); Everton (2), Cesinha, Netto e Mota (A)
Cartões vermelho: Philip e Guitolê (B); Arthur Fon (A)
MVPs: 1 – Everton (Arouca); 2 – Léo Rinaldi (Bengalas); 3 – Netto (Arouca)
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