As luzes se acenderam, o frio apertou e os fotógrafos procuravam com um olho na lente e o outro no gato por um lance digno de ser registrado enquanto Divino e The Veras se debatiam nos pergaminhos da paixão imortalizados na fábula talhada a ferro e fogo e imersa no paradoxal jogo coletivo e talento individual tão bem simbolizado pelo futebol ofensivo visto nos minutos iniciais, sobretudo na jogada trabalhada do Divino: de Guinho para Rosseto; de Rosseto para Joelson; e deste para a rede. 1 x 0!
O gol atiçou o rival, que fez o diabo em campo. Primeiro: Vitinho, um corisco. Recebeu na área, tirou um marcador e bateu rasteiro no cantinho direito. Tudo igual! O Divino não deixou por menos e incorporou o espírito. Tucano esconjurou dois assombrados, chamou Dany pra roda, que cruzou para Wesley colocar o Divino nas alturas outra vez: 2 x 1!
Frio, ventania, cavaleiros grená e 7 gols: Divino encarou o apocalipse ante o The Veras
Daí por diante o The Veras invocou o capeta. A equipe do técnico Denys Fehr chegou ao empate na troca de passes pelo meio entre Marchi e Renatinho e no espírito de porco do Nico, que recebeu na corda bamba e deixou o arqueiro a ver navios com sua espetada de canhota. 2 x 2. A virada veio na sequência com Danilo, após passe de Vitinho. O matador atiçou o fogo dos deuses e, como mensageiro predestinado, tirou a barba do molho e sacudiu a rede.
No final do primeiro tempo, de novo ele. Subiu na área pra cabecear o lançamento de Nico e correr para o petisco: 4 x 2!
O segundo tempo começou como o primeiro. Os times se alternavam no ataque. O Divino trabalhava a bola nas laterais e o Veras apertava a marcação sem abrir mão da ofensiva. Aos 4, Vitinho tabelou com Nico e arriscou de longe. A zaga divina afastou. Joelson, em contrapartida, se mexia no ataque, mas a bola não chegava. Até porque quem se prontificou a maltratá-la foi o barbudo Schiavon, que trocou passes com Cucio e bateu com fúria reprimida, rasteira e cruzada. Ela desviou na zaga e enganou Lenarduci, o guarda-redes dos céus. Hat trick de Danilo, o predestinado, o Neo do mundo grená.
O colorido Lenarduci voltou ao time do Divino, que mesmo assim acabou atropelado pelo lanterna
Depois do tento, o Divino se lançou ao ataque, mas arriscava pouco. Insistia pelas laterais com Douglinhas e Del, mas a zaga do The Veras se recompunha com agilidade – os mesmo que atacavam, defendiam. Marchi e Renatinho cortavam as investidas e Cucio contribuía. Foi ele, inclusive, quem puxou o contra-ataque, chegou a Vitinho, que cruzou para Moura furar. Aí a redonda ficou a Nico, que correu esperando o abraço antes do destino esperado. A confissão foi dispensada porque a esta altura nem mesmo com reza braba o santo agiria. O inferno ficou maior quando Nico de novo ampliou a sete minutos do apocalipse e com um tirambaço rasteiro da intermediária desferiu o último castigo divino. 7 x 2.
A vitória trouxe os primeiros pontos ao The Veras, que precisa manter o embalo na próxima rodada contra o Mercenários para sair do desconforto. Já o Divino perdeu a chance de entrar na parada, mas continua mirando o objetivo. Para isso, uma vitória contra o Med adversário direto, seria divina.
Ficha Técnica
The Veras 7 x 2 Divino – 6a rodada do XIV Chuteira de Prata
Gols: Vitinho, Nico (3) e Danilo (3) (TV); Joelson e Wesley (D)
Cartão amarelo: Marchi (TV)
MVPs: 1 - Danilo (The Veras); 2 - Nico (The Veras); 3 - Vitinho (The Veras)
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