O primeiro finalista do Chuteira Girls foi o Olimpia. Disputando pela primeira vez o torneio, a equipe da técnica Janu jogou abaixo das expectativas na primeira etapa, porém, fez um segundo tempo preciso para, assim, neutralizar as armas do Imperial e virar para 3 x 1. Destaques para Roberta, Stela e Pupo. O trio foi o responsável por comandar o crescimento do time após o intervalo. Agora, a equipe espera a revanche contra o Futsamba na finalíssima (na fase de classificação, triunfo das sambonas por 3 x 1).
A 5ª edição do Chuteira Girls terá um campeão inédito, e essa história começou a ser contada de forma tímida, com as semifinalistas tentando entender as propostas estabelecidas. Foi necessário um lançamento fraternal de Marjorie para Thay desviar de cabeça pela linha de fundo para o game esquentar. O Imperial estava muito bem armado, com suas linhas bem definidas e cada jogadora ciente de suas funções – fruto do trabalho do técnico Pedrão.
O Olimpia também se encontrava armado, embora com dificuldade para criar jogada diante da zaga formada por Vilela e Marjorie. Porém, um lance que impressionou o zagueiro Dias, do Guaxupé (Série Prata do masculino), fez o Imperial ficar apreensivo com o potencial das olimpianas: Letícia bateu a carteira de Marjorie e tabelou com Roberta pela direita, daí chegou o cruzamento da olimpiana 7 na segunda trave para uma sossegada Deb mandar beijos a sua mãe - que assistia aflita à semifinal -, mas, o quique da pelota no chão enganou a vizinha, que isolou sem goleira! Mesmo assim, a jogada arrancou elogios de Dias: “Pareceu o Guaxu!”.
Lara estava afim de jogo. A italiana, que se adaptou rapidamente ao Imperial, chamava a responsabilidade nas jogadas e ainda recebia instruções de seu namorado, Fumes (tudo em sua língua materna). A resenha em italiano animou o camarote Alot, já que a tarde era cada vez mais fria e o jogo, tecnicamente, abaixo das expectativas. A orientação de Fumes deu certo, pois logo em seguida, Gabi passou o rodo em Lara e fez a jogadora ficar quase em carne viva na região das nádegas – a cobrança em nada resultaria.
Contudo, em outra bola parada, o Imperial abriu o marcador. Antes da meia-quadra, Marjorie assimilou o período de festa junina e mandou o famoso balão de São João em cobrança de falta. A trajetória enganou Lulis, que ficou sem saber o que fazer, e morreu no ângulo! 1 x 0! O momento das imperiais era tão favorável que por pouco o time não sacramentou a classificação – olimpianas, agradeçam à Thais, que perdeu contra-ataque interessante.
Sem saída, e bem abaixo do que é capaz, o Olimpia tentaria resposta em cobrança de lateral de Gabi para Roberta chutar fraco, facilitando a situação de Renata. Porém, mesmo que Amandinha tenha lançado para Roberta fazer o pivô e Gabi chutar para fora, o Imperial era mais pomposo – com Thay tamancando da entrada da área, com desvio que raspou a trave. Stella, que seria significativa na etapa final, assustou na reta final do primeiro tempo ao receber o passe de Deb, mas chutar para fora – com aquele veneno.
O Imperial teria três oportunidades distintas de praticamente matar a semifinal. Uma delas veio em roubada de Marjorie e esticada até Lara, que ajeitou e sentou a pancada. Lulis se esticou e evitou a tragédia! Logo depois, em cobrança de infração, Marjorie experimentou – a linha de fundo, com desvio, foi o destino. Na cobrança do corner, Maat criou asas e voou para testar firme, mas por cima do arco. Não fazer o segundo tento seria fatal às imperiais.
A justificativa é simples: o ponteiro bateu na casa do primeiro minuto da etapa derradeira, aí, com aquele frio de gelar a alma, as jogadoras do Imperial resolveram relaxar e se enfiar debaixo do edredom; Roberta não quis saber do friozinho, aproveitou a chuva de rebatidas, esta regadas à vacilo das imperiais, e mandou às redes para igualar em 1 x 1! Se o Imperial teve mais volume nos primeiros 20 minutos, a outra metade seria quase todo do Olimpia.
O time começaria a mostrar por que seria finalista em tentativa de Juliana, com Renata defendendo. Em seguida, Roberta recebeu passe de Stella, porém não gostou do presente da amiga e mandou pela linha de fundo. As olimpianas eram soberanas e de novo vieram com Stella, após boas trocas de passe. A assistência para Juliana foi perfeita, assim como chute, que só não vazou Renata pois teve um desvio sem-vergonha a escanteio. O Olimpia era superior e perderia novas chances, uma no pivô de Pupo para Stella chutar para fora com perigo, e outra na ajeitada de Roberta para Pupo mandar no mesmo destino.
Marjorie era a única imperial que ainda mantinha o ritmo da primeira etapa. Solitária, tentava desarmes e arrancadas para fazer sua equipe reanimar. Porém, foi Thay quem assustou pela primeira vez, ao fintar sua marcadora e mandar no canto, mas Lulis foi buscar de forma espetacular! Já Lara, mesmo caindo (de acordo com a independente Táli), e de novo Thay (em lateral batido por Thais), chutaram boas oportunidades para fora. Neste ínterim, Lulis se machucou e passou a preocupar a suspensa Janu – logo a arqueira se recuperaria.
O tempo passava, o público se agitava, e o Imperial tentava garantir o empate – que o colocaria na decisão. Stella tentou evitar o pior avançando pela direita e descendo a chinela, só que Renata agarrou. Naná, que daqui a pouco será parte fundamental do segundo gol do Olimpia, teve boa chance em afastada malsucedida de Stella, e o chute tirou tinta do grande poste horizontal. O jeito às olimpianas foi pedir tempo para uma cartada decisiva – estratégia que daria certo.
Aos 17 minutos, as imperiais cometeram novo erro em saída de bola, com Roberta pronta para a glória. Porém, surgiu Naná, que deitou no chão para evitar o chute. Como ‘carrinho’ é proibido no society, os árbitros interpretaram como lance que colocou a integridade física da olimpiana 7 em risco: pênalti! Juliana cobrou no canto direito, Renata fez grande defesa parcial, mas a olimpiana 6 pegou o rebote para mandar no alto. 2 x 1! Restou a Pedrão pedir um break.
No retorno, Thais levou as mãos à cabeça ao receber bom passe na entrada da área, mas cacetar para fora! As forças do Imperial estavam minguadas. O Olimpia se aproveitou e meteu contragolpe nervoso, com Pupo rolando da esquerda para a chegada de Mancini pelo meio, mas o chute da olimpiana 10 saiu.
Nos acréscimos, o caixão imperial foi fechado em mais um erro de seu sistema defensivo, que Pupo agradeceu com um chute que Luciano, do Vikings (Série Aço do masculino), comparou aos que Kaká fazia. Categoria no canto direito, placar de 3 x 1 sacramentado, e as olimpianas na decisão contra as sambonas.
Ficha técnica
Imperial FF 1 x 3 Olimpia FF – Semifinal do V Chuteira Girls
Gols: Marjorie (IFF); Roberta, Juliana e Pupo (OFF)
Cartões amarelos: Lara e Naná (IFF); Letícia (OFF)
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