Os indomáveis parecem estar sendo domados quase de vez. Não, não é por nenhum adversário poderoso, mas sim pelas voltas que a vida dá. Hoje, o Elefantes Indomáveis vive o pior momento de sua história de 6 anos, que já teve inclusive comemoração de título da Prata (2ª edição, relembre como foi essa conquista
aqui). Entretanto, na atual Bronze, as coisas caminham mal, muito mal, com o time na lanterna do Grupo A, a ponto de Chacha, goleiro e um dos homens forte do time, não hesitar em afirmar que o fim dos indomáveis pode estar próximo. “O sentimento é de tristeza, consternação com algumas atitudes. Sempre tive imenso prazer de jogar o Chuteira, mas isso tem diminuído. Vejo que o fim dessa história está próximo, só não sei dizer se será neste semestre”, afirma.
Frequentador assíduo da competição desde 2009, Chacha ajudou a fazer do Elefantes uma das agremiações mais queridas do Chuteira. Tanto que, durante algumas temporadas, chegou a ter uma torcida feminina fanática para ver os jogos do time. Porém, com a passagem dos anos, Chacha percebeu que o ânimo que tem não se compara com o que o restante do atual elenco demonstra. “Ando bem chateado com alguns acontecimentos internos, pois contávamos com algumas pessoas que nos deixaram na mão. O sentimento é de tristeza”, escancara o jogador/técnico/manager Chacha.
É com esse pesar nas palavras e decepção com antigos companheiros a abandonar o barco que Chacha falou ao
Chuteira News neste Ping Pong. Confira a entrevista na íntegra e entenda um pouco mais desse time e como Chacha pretende “salvar” o Elefantes da Aço ou mesmo da inativação.
Sábado (03/out/2015), quando te encontrei, você estava cabisbaixo, certamente triste com mais um revés do time. Mas me preocupou o que disse: “Tá acabando”. Explique melhor o significado da frase.
O Elefantes Indomáveis nunca passou por uma situação como esta. Estamos com dificuldades para mobilizar um número mínimo de jogadores para as partidas. No nosso penúltimo jogo, contra o Di Primeira Expresso, tínhamos apenas um reserva, que era o Spiga, um dos goleiros do time. Ando bem chateado com alguns acontecimentos internos, pois contávamos com algumas pessoas que nos deixaram na mão. O sentimento é de tristeza, consternação com algumas atitudes. Sempre tive imenso prazer de jogar o Chuteira, mas isso tem diminuído. Vejo que o fim dessa história está próximo, só não sei dizer se será neste semestre. A única coisa que posso afirmar é que temos mais 4 jogos pela frente e farei de tudo para tirar o time da “lama”.
O Elefantes Indomáveis disputa sua 5a temporada seguida na Série Bronze. Porém, pela primeira vez, enfrenta uma real ameaça de rebaixamento à Aço. Por que o time, há 3 temporadas pelo menos, caiu de produção? Quais fatores foram os agentes da atual campanha?
Acho que, predominantemente, por falta de compromisso. No papel, temos uma ótima equipe, que pode enfrentar qualquer adversário da Bronze em situação de igualdade. Só que não conseguimos repetir o time! Cada rodada temos peças diferentes, formações distintas, mudanças de posições. Isso atrapalha demais, pois falta sequência. Além disso, alguns jogadores importantes acabaram se lesionando, reduzindo ainda mais as nossas possibilidades. A chance de rebaixamento é grande, sei disso, mas não medirei esforços para sair desta zona incômoda.
Mas a Série Bronze deste semestre está com um nível técnico tão bom para que o Elefantes tenha um grau de dificuldade como o encontrado? Como avalia seu grupo e a divisão em geral?
Vejo que têm equipes boas, sim. Não todas. No nosso grupo, dois times me chamaram a atenção: HidroNG e Absolutos. Como elenco, vejo o nosso acima de outros adversários. Dos 5 jogos que fizemos, podíamos ter vencido o La Coruja, Bufalos e Corleone. No entanto, alguns erros e pequenos detalhes não permitiram isso. Mesmo assim, vejo que estamos no bolo. Acredito na possibilidade de vitória contra Roleta Russa Clássico e Invictus. Os outros dois jogos (Morada Choque e HidroNG) serão mais difíceis, mas teremos as nossas chances. Com relação ao outro grupo, prefiro não avaliar, pois não tenho acompanhado as partidas.
As primeiras temporadas do time foram na Série Prata, quando rivalizavam com equipes como Ras Time e SPQSF (estes a jamais disputar outras divisões senão Ouro e Prata). Acredita que ficaram para trás em relação a essas equipes tão tradicionais quanto vocês? O caminho do Elefantes é o mesmo de Roleta Russa e Acidus?
A meu ver, a Ouro e a Prata, atualmente, estão num nível muito acima, são divisões bem difíceis de encarar. Para se ter uma ideia, o Só Quem Sabe, que no semestre passado fez uma bela campanha na Bronze, está numa situação complicada hoje na Prata. Mais do que um ótimo time, essas divisões exigem boas condições físicas dos jogadores, elencos numerosos e homogêneos, obediência tática, entre outras coisas. Atualmente, não temos condições de encarar uma Prata. Nós precisamos evoluir demais em diversos aspectos. Infelizmente, a nossa realidade é a Bronze. Já conversei a respeito disso com o Lói
(capitão do Acidus), e ele enfrenta os mesmos problemas. Notadamente, o Elefantes está muitos degraus abaixo de outras equipes contemporâneas. Espero não cair para a Aço.
Alguns reforços foram trazidos, como o Cadú (ex-Os Mostarda). Por que não deram certo até agora?
O Cadú deu muito certo, cara! É um grande parceiro, nos ajuda muito no dia a dia. Além de ser uma pessoa sensacional, é um grande jogador. Tenho uma imensa satisfação por tê-lo no time. Nos últimos anos, tivemos a felicidade de acertar também em outras contratações, como o Gino, Joca e Stefan. Neste semestre, após alguns abandonos inesperados e lamentáveis, estamos tendo que remontar o time com o torneio em curso. Trouxemos ótimos reforços do antigo Mostarda, como o Biel e o Juninho. Também fomos atrás de pessoas que nunca tinham jogado o torneio. Não é a situação ideal, claro, mas foi o que nos restou.
Hoje você acumula os “cargos” de manager, técnico e jogador (quando necessário). O Chacha não está com um fardo muito grande? Por quê?
Não me vejo com esse fardo, não. Eu divido as responsabilidades e decisões mais importantes do time com outros líderes: Douglas, Daniel, Thomas e Richard. Nós formamos uma espécie de “conselho deliberativo”. No Elefantes não há nada que não passe pelo crivo desse grupo. Além disso, hoje em dia, temos o Kadu, nosso técnico, que é um cara fantástico. Ele também se envolve nas decisões da equipe. Sinceramente, sempre tive muito prazer em estar à frente deste time. Tenho muito orgulho da nossa história no Chuteira, afinal já são 6 anos de participação e um título da Prata. Sei que não posso exigir isso, mas gostaria que todos os jogadores do Elefantes encarassem este campeonato da mesma forma que eu, com comprometimento e seriedade.
Por dois semestres seguidos o Elefantes fez boas campanhas na Bronze, sendo eliminado nas quartas de final da edição IX ao Bacaninha, e, na temporada anterior, nas semifinais para o Magnatas. Tempos bons esses…
Nessas campanhas, o elenco era parecido com o atual. Também sofremos com oscilações e resultados decepcionantes, tanto é que, em ambos, nos classificamos para o mata-mata na 5ª colocação. Nas eliminatórias, conseguimos ótimas vitórias contra adversários duríssimos, como Real Paulista Classic e Leões do Brás. Infelizmente, perdemos as partidas que nos dariam o acesso à Prata. Foram derrotas que abalaram muito, pois caímos para o Magnatas numa semifinal, na prorrogação, após estarmos com um placar favorável de 3 x 0 a menos de 10 minutos do fim, e para o Bacaninha nas quartas de final, sofrendo o gol da derrota no último minuto. Acho que essas decepções exerceram influência direta no ânimo do time, culminando com o atual momento.
O time já disputou as Séries Ouro, Prata e Bronze. Como você, Chacha, vê a evolução da competição durante o tempo que está aqui? Sente saudade do período clássico?
A competição evoluiu muito tecnicamente. Estou no Chuteira desde 2009 e posso falar isso com tranquilidade. Quando o Elefantes entrou, eram menos de 40 times, em apenas duas divisões. Hoje, são quase 100 equipes participantes, 5 divisões. A liga tomou uma proporção enorme. Como já disse, o nível atual de competição da Ouro e da Prata é muito elevado. A maior parte dos times da Prata pode ganhar de adversários da Ouro. Mas eu sinto saudade do período clássico, sim. Naquela época, os times eram compostos por amigos, pessoas que se conheciam bem. O Chuteira tinha um clima mais amistoso, a confraternização entre os participantes era infinitamente maior, todo mundo se falava. Hoje, vejo muito individualismo, várias brigas lamentáveis acontecerem, não há o mesmo respeito entre quem joga. Criou-se um mercado paralelo, onde pessoas ficam aliciando jogadores da sua equipe. Definitivamente, eu não concordo com isso. O Chuteira deixou de ser uma competição entre amigos.
E por onde anda a torcida feminina do Elefantes? Por que perderam o apoio delas? Elas mais ajudavam ou atrapalhavam?
Nossas “elefanáticas” sempre ajudaram. Infelizmente, ao longo do tempo, o número de adeptas foi reduzindo. Hoje, não temos mais torcida. A mudança do perfil da liga contribuiu para isso. Há muitas brigas, o clima é muito mais tenso. Por isso, deixou de ser um programa bacana para elas. Acho que os resultados dentro de quadra também influenciaram. Atualmente, somos uma equipe órfã de torcida.
Meu xará Douglas (Latorre), Esquerda e Marcelo. Fale de sua relação com essas 3 pessoas. O que representam a você? O que construíram juntos?
Mais que amigos, são meus irmãos. Juntos, construímos esse time que tanto me orgulha. O Elefantes simboliza essa grande amizade que temos. Infelizmente, o Esquerda e o Marcelo não jogam mais conosco, mas procuram saber sobre o time. Eu e o Douglas continuamos nos esforçando, lutando para manter isso vivo. É difícil, desgasta, mas vamos fazer de tudo para que não acabe de maneira triste, melancólica. É o momento da semana que temos para unir amizade, futebol e cerveja. É muito difícil imaginar o meu sábado sem o Elefantes e o Chuteira, porém tenho que me preparar para isso, pois está cada vez mais perto de acontecer. Quero aproveitar este espaço para agradecer todos que, de alguma forma, já contribuíram com esta equipe, em especial: Dodô, Esquerda, Marcelo, Dani, Spiga, Thom, Ri, Di, Lucas Montesano, Cadu e Kadu.
Por que o apelido Chacha? Qual a origem?
É o meu apelido de criança, foi dado em casa pela minha família. Por ser pequeno e gordinho, meus pais me chamavam de “bolacha”. Só que meu irmão pronunciava “Chacha”, aí pegou, né... Acabei carregando-o para a escola e faculdade.
Comentários (1)
Ah, Chacha.... realmente não é nd fácil essa vida de manager/jogador... ainda mais com o amor q temos por nossos times... sei oq vc ta passando pois passo por isso a uns 2 anos pelo menos... mta gnt saindo e dificuldade pra recompor o elenco... Vou te falar q pode ser q passem por uns tempos negros, mas compensa manter o sonho vivo e lutar pra continuar! Abrasssssssss e TROMBA NELESSSSSSSSSSSSSSSSS