No Planeta Chuteira dessa semana, o colega Douglas Almasi trouxe à tona um tema que até então ficava restrito ao tricampeão Nois Que Soma – o fato deste fazer 1ª fase regular, para se classificar, e aí sim no mata-mata jogar com força total. Pois bem, ele apontou o crescimento dessa tendência, citando abertamente Peneira e Condor´s como times que podem estar “escondendo o jogo” para vir com força e surpreender na fase eliminatória.
 
Esse é um tema que não se aplica muito a times de outras divisões, pois é na elite que a maioria dos grandes jogadores, que jogam em vários lugares, muitos ganhando algum dinheiro, estão. O Nois Que Soma é profissional nisso: vários jogadores (Felipinho, Tuco, Beleti, para dar alguns nomes) comparecem em poucos jogos da 1ª fase, mas são certos na fase derradeira, aquela que é pra valer. Alguns têm bronca dessa “estratégia”, mas parece que outras equipes além do tricampeão têm passado por situação similar.
 
O Peneira tem mais de 20 jogadores inscritos e compareceu diante do Só Risada com apenas oito jogadores. E tem sido assim na atual temporada. Não deve ser estratégia sofrer na 1ª fase, como foi no semestre passado, mas o que parece valer ao técnico Claudião é: precisamos estar entre os 6 classificados que no mata-mata os “cobras” virão. Algo meio Campo dos Sonhos, se é que o leitor me entende.
 
No semestre passado o Peneira passou vexame, porque se não fosse Bruno – artilheiro e MVP da competição – a chance do time ter caído era de quase 100%. Foi eliminado tomando um nabo do Bode. Na ocasião, os medalhões não resolveram. A confiança do time peneirista deve estar na volta de Negueba e do recém-contratado R10, oriundo do Vingadores. Ambos estão suspensos por lambanças no semestre passado e devem voltar para a reta final. São dois jogadores de calibre e que somarão muito ao bom elenco do Peneira, cuja marca é a experiência. A pergunta que fica é: quando tiver todo mundo disponível, qual é o time que joga e, principalmente, como vai jogar se cada jogo é uma formação diferente? Um time assim tem chances ante equipes redondas como NQS, Mulekes, Peneira e até o Bode?
 
O estelar Condor´s é outro que não vem sobrando na Ouro. Enquanto uns podem dizer que era fogo de palha, que na Ouro o caldo engrossa, eu tenho a sensação que os grenás só estão esperando a hora de dar o bote. Não é esconder o jogo, mas é uma preocupação menor com resultados (2v, 1e e 1d) e mais com permanecer na zona verde da tabela. É um elenco numeroso, em que comparecem facilmente no mínimo 13 jogadores a cada sábado. É tanto jogador que o técnico Roberto Solcia tem dificuldades de controlar os egos de quem joga pouco, ou quem acha que joga pouco, ou mesmo quem nem entra em quadra. Como evitar insatisfações?
 
O time é, indiscutivelmente, o maior mistério e o que causa maior curiosidade, já que vem numa ascensão meteórica ganhando tudo que disputa. Dois festivais, Séries Bronze e Prata. Ainda não mostrou tudo que pode, isso é certo, e eis o perigo: é capaz que tenhamos um Condor´s no mata-mata que ninguém conhece de fato, e isso pode ser positivo ou negativo – vide o caso do Peneira. No caso aqui, mais positivo (ao Condor´s), pois os jogadores costumam jogar juntos em treinos, amistosos, outros torneios. Ou seja, já se conhecem e estão entrosados. Negativo para um adversário desavisado que, a olhar a tabela, possa achar que o time não é tudo isso e entrar relaxado...  
 
E como ficam os líderes atuais dos grupos, Fora de Série e Bode? Eles estão jogando tudo que podem ou ainda guardam armas secretas a apresentar no mata-mata? Pelo fato do Fora disputar com foco a Série Ouro, o time joga o que sabe desde o começo – e não é surpresa ser o campeão dos pontos corridos, fazendo sempre ótimas campanhas. O problema é que na hora de mostrar aquele algo a mais, o time mostra a menos. Como contornar isso? E o Bode, até onde pode ir esse time que vem mostrando eficiência e solidez tática tremendas? Este a gente deixa para outra análise...