O futebol proporciona novas narrativas a cada jogo. No entanto, algumas velhas máximas sempre estão presentes. Isso é parte do que torna o jogo tão fantástico, inclusive. Neste Pentagono 2 x 1 Moradas, o bom e velho “vence, quem errar menos”, foi a frase perfeita para resumir o jogo. A razão disso é que ambos gols do Pentagono saíram de erros do Moradas – sendo crucial para a decisão da partida.
Entrando em campo, Moradas x Pentagono estavam colados na tabela. Assim sendo, o resultado positivo era crucial para ambos. O Moradas, além de superar o adversário, teria que superar a ausência de seu craque, Moreno, e consequentemente, achar novas formas e armas para atacar o adversário. E não foi por falta de tentativa. Isso porque o Moradas quem tomou as ações da partida no começo. A estratégia do time era rodar a bola e manter a posse, buscando achar espaços na defesa adversária. E foi assim que os primeiros minutos da etapa inicial se desenharam.
Entretanto, a posse de bola sem efetividade é inútil. À medida que o tempo rolava e que o Moradas não encontrava espaços e tampouco criava oportunidades de gol, era nítido que o time sentia falta de Moreno, sua referência técnica. O volume de jogo, aos poucos, foi espairecendo e o Pentagono começou a sair mais.
Eis que aí, entra o mérito do Pentagono. O jogo também precisa ser sentido, ou seja, é necessário ter aquele feeling de quando e por onde atacar. Vendo que o rival estava com dificuldades para avançar, o Pentagono subiu a marcação, tentando incomodar a saída de jogo do rival. A estratégia do Pentagono deu certo; aos 7 minutos, Saraiva pressionou a saída, aproveitou a bobeada da zaga e recuperou a bola de frente a Rossi; sem hesitar, o camisa 11 finalizou e mandou para as redes! 1 x 0!
Com a vantagem no placar, o Pentagono passou a se sentir mais à vontade no jogo. Muito por perceber que a pressão alta poderia ser um caminho para vencer a partida. Em outra retomada na frente, Luan, recuperou e ficou de frente para Rossi, que dessa vez conseguiu salvar. Logo no ataque seguinte, novamente Luan chegou e em jogada individual finalizou, mas a bola desviou nos defensores; no bate e rebate, a bola sobrou para Marcus que finalizou, levando perigo ao gol de Rossi.
Com o Pentagono ligeiramente melhor, o Moradas precisou mudar a atitude no campo. O time começou a ser mais incisivo e atacar os espaços. Em uma boa trama ofensiva, Gabriel fez jogada individual, achou Gregolin no meio, que rapidamente, de calcanhar, abriu para Zé finalizar pelo lado esquerdo do campo, parando em ótima defesa de Pipe. Uma maneira de ser mais agressivo na partida, foi utilizando ligações diretas, deixando aquele jogo de posse de lado. O Moradas chegou a marcar com Vitão, após lançamento direto de Rossi, mas o gol foi anulado devido a uma infração.
À medida que o jogo caminhava para o final da etapa inicial, os espaços foram surgindo para ambos, muito devido ao desgaste físico. O Pentagono que, como um todo, se dedicou muito na marcação o jogo todo, sentiu as consequências e viu o rival crescer nos instantes finais. Novamente, o Moradas chegou. Dessa vez, Gabriel aproveitou a abertura no meio do campo e finalizou de média distância, exigindo uma ponte de Pipe para impedir o empate.
O Moradas até tentou, mas não teve forças o suficiente para igualar o jogo. O primeiro tempo acabou com a vantagem magra pró Pentágono. Na volta da partida, tivemos um verdadeiro dejá vu. Os minutos iniciais eram de um Moradas com a bola, contra um Pentagono postado para defesa/contra-ataque. Mas, como o spoiler mais cedo no texto, a máxima do “vence, que errar menos”, atacou novamente.
Aos 5 minutos, Saraiva novamente se antecipou a marcação, interceptou um passe de Rossi e ficou de frente, com o gol escancarado para mandar para o fundo das redes, ampliando a vantagem do Pentagono! 2 x 0! E tal como foi na primeira etapa, o Moradas dormiu no ponto e foi punido. Coincidência ou não, novamente punidos por Saraiva que, por mais que tenha tido um papel defensivo no jogo, soube a hora certa de subir a marcação. O filme se repetiu e a vantagem foi ampliada. Com o prejuízo dobrado no placar, o Moradas não teve outra escolha, a não ser atacar.
É chover no molhado falar que Moreno fez falta. Mas é necessário reafirmar isso. No buraco, o Moradas precisava de uma luz no fim do túnel e, ao longo do campeonato, foi o camisa 10 que surgia para salvar o time. Pois bem, dessa vez outros nomes precisariam surgir. Aos 10 minutos, Laudano conduzia a bola no campo de defesa, quando achou um lançamento maravilhoso, de cavadinha, que achou Henrique entrando na área, no lugar certo para desviar de cabeça e mandar para as redes vencendo Pipe! 2 x 1! E o Moradas de volta ao jogo!
O futebol também é muito sobre momento. E após diminuir o placar, o momento foi todo para o Moradas. Minutos após o gol, o time quase empatou. Em uma jogada individual, Gabriel chutou rasteiro, cruzado e a bola ultrapassou a área toda, achando Henrique no segundo pau; o autor do primeiro gol emendou para em direção a meta, mas Pipe agiu rápido e fechou o canto, impedindo o empate!
Para além do ótimo jogo defensivo do Pentagono, o Moradas enfrentava também o relógio. E isso foi fator determinante para o resultado permanecer intacto. Como ressaltado, vence quem erra menos e à medida que o relógio se aproximava do fim, o Moradas foi errando nas decisões finais e pouco agrediu o rival nos instantes finais.
Méritos para o Pentagono, que conseguiu blindar qualquer reação do rival. Fim de jogo e vitória apertada – e muito comemorada. Para o Moradas, fica a lição. É necessário errar menos. Cirúrgico, o Pentagono aproveitou as oportunidades oferecidas e traduziram as chances em gols. Mais três pontos para a conta e reta final que promete!
Ficha técnica
Pentagono 2 x 1 Moradas - 6ª rodada do Grupo B da XIV Copa Estrelato
Comentários (0)