"Clutch time" refere-se aos momentos finais de um jogo, geralmente os últimos minutos de uma partida com diferença de pontos apertada, ou à prorrogação. O termo é muito utilizado no basquete, quando um jogador mostra frieza e competência para decidir a favor de sua equipe nos segundos finais. A final da Ouro 35 trouxe esse elemento. O Juvena entrou em quadra contra o Originais querendo apagar a derrota da última Copa Calcio para o Toiss e levantar pela segunda vez a Série Ouro. Não foi uma parada fácil, pois, assim como em todo mata-mata, a trupe do professor Fernando Friedlander largou atrás, conseguiu virar a mesa, porém, quis um pouco de emoção quando Isaque empatou e Nery, na última bola, ativou a canhotinha e carimbou o rodapé de Samuel. Jogaço de bola, digno de Série Ouro, e quem apostou contra precisou engolir uma manga com caroço e tudo.
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Equipes em quadra e perfiladas. Fumaça, neblina, pouca visibilidade e todos distribuídos no tabuleiro dourado. Na ausência do suspenso Liedson, Simon escalou Lucas Anjos (ou Lucas Japa, como preferir), além de Pedalástico, Isaque, Ceará, Isaías, Luquinhas e do bom goleiro Samuel. Este é o Originais, pronto para mais um combate. Pelo Juvena, Marcel foi o titular, enquanto Ferrugem o ajudava no aquecimento. Marlon, Davi, Gabriel, Vavá, Nery e Guto completavam o quadro inicial. É hora do show! It’s time! Vamos para os primeiros 25 minutos de partida!
Pedalástico deu o kickoff e vamos nessa! Começo nervoso por parte das equipes com passes errados e excesso de faltas. A impressão era de que o Originais estava pilhado, pois as primeiras infrações renderam dois cartões amarelos para Pedalástico, após chegar atrasado em Davi, e Lucas Anjos, por puxar a camisa de Guto, quando este partia em direção ao paraíso.
Nada acontecia. Não pela "preguiça" ofensiva, mas sim pelos dois sistemas defensivos. O Juvena encontrou o antídoto e brecou a intensidade do Originais. Marcação alta, jogadores fungando no cangote das principais peças, que ficavam desconfortáveis e rifavam a pelota. Individualmente, Davi grudava em Pedalástico e não soltava nem para ir ao banheiro. Eles estavam presentes em todos os cantos da quadra e, coincidência ou não, na hora em que os times rodavam o banco, ambos eram substituídos praticamente ao mesmo tempo. Pela trupe original, a dupla Isaías e Luquinhas brecava as investidas de Nery e Guto. Há trocentos cadeados nas respectivas áreas e os goleiros eram meros espectadores.
A primeira descida foi laranja. A falta cometida por Lucas Anjos em Guto gerou preocupação para Simon e seus comparsas. Barreira montada, todo mundo na boca do gol, conferência de quem ia bater e Padu chamou a responsabilidade. Lá vem bomba e Samuel rebateu, enquanto Luquinhas saiu jogando e afastou para lateral. No lance seguinte, Isaque perdeu a pelota na quadra ofensiva e o contragolpe estava ativado. Gabriel viu Vavá disparando pela esquerda, que ligou o turbo e a torcida laranja estava de pé, mas o chute saiu "fofo", fraco e facilitou a vida de Samuel. Faltou café da manhã para o jovem 19! O Juvena se soltava, enquanto o Originais continuava em dificuldade.
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Os atuais campeões estavam com tudo. Vavá apareceu na esquerda, bailou para cima de Ceará e ajeitou de calcanhar para o chute de Nery, mas Samuel buscou junto ao canto direito. A primeira chegada original aconteceu aos 9 minutos, quando Isaque avançou pela ala canhota, soltou para Pedalástico na entrada da área, que recuou para Lucas Anjos e a redonda parou nos pés de Isaías. A bomba do xerifão tinha endereço, porém, Marcel segurou no rodapé canhoto.
No giro seguinte, o lateral cobrado por Isaque era direcionado para Ceará, porém, erro de domínio e Nery ligou o contra-ataque na quadra defensiva. Eram três contra três e o avante 29 avançou, carregou e preparou o tiro de canhota... NA TRAAAAVEEEE!!!! Samuel ficou parado e apenas ouviu o barulho da baliza. Melhor chance da partida até o momento!
O Originais continuava atordoado e com a cabeça quente. Isaque tentou armar o contra-ataque, recebeu o contato de Juvenil e Davi despachou para lateral. O camisa 10 reclamou, pediu falta e o canário cantou no ouvido. Mais um amarelado e nem chegamos à metade do primeiro tempo. A esquadra de Simon pausou o game para esfriar um pouco a cuca e esboçar alguma estratégia para sair da teia laranja.
Restart e os ânimos continuavam à flor da pele. Guto recebeu na direita, brigou com Ceará e, mesmo desequilibrado, carimbou Isaías, que despachou para frente. O avante pediu falta, rasgou elogios aos árbitros e levou cartão amarelo. Mais um que entrou na caderneta! O Originais foi ao ataque e a boa troca de passes chegou a Wallace no corredor central, que conectou Ronald e deixou Ceará na cara do gol, mas a redonda correu demais e Marcel conseguiu interceptar.
Aos 17 minutos, habemus gol! Isaías iniciou a trama um pouco antes da linha divisória e soltou para Ceará. A marcação laranja estava prestes a apertar, quando o camisa 15 fez um belo lançamento para Isaque, por trás da zaga, dar um belo toque na saída de Marcel! É bola no canto direito e gol do Originais! Ele colocou a mão no ouvido, pediu o barulho da torcida e correu para o abraço! Placar aberto na final da Ouro 35! 1 x 0!
O atual campeão sentiu o golpe! Saída errada de Kerr, Pedalástico recuperou e abriu para Ronald na direita. O camisa 7 ativou a canhota e bateu cruzado, mas Marcel buscou e fez bela defesa! Quase tivemos o score dobrado e o momento é original!
Era hora do alvilaranja acordar! Saída ligeira de Vavá na quadra defensiva, Nery deu um tapinha e conectou Juvenil no corredor central. O camisa 17 mudou a rota, acelerou pela avenida direita, foi caçado por Isaías, ficou no chão, pediu falta e se levantou, calibrou a canhota e mandou uma senhora paulada, mas Samuel foi acrobático e fez um DEFESÃO! O escanteio não deu em nada e seguimos ao duelo, que ganhou mais um pendurado. Juvenil tentou uma jogada plástica e foi acertado por Ceará. O canário cantou no ouvido outra vez e, aos 22 minutos, ambos os times estavam com 4 faltas coletivas. A juvenada pediu tempo na hora certa para esboçar alguma tática para furar a defesa adversária.
A tônica do primeiro tempo era: quem pediu tempo voltou melhor e anotou um gol. Se o Originais teve sucesso com o break, o Juvena não poderia ficar atrás. Aos 23 minutos, Isaías cortou errado e Vavá apanhou a rebarba praticamente no centro da quadra. Abertura para Juvenil na esquerda, que escapou de Ceará e bateu cruzado. Wallace cortou parcialmente, a redonda ficou nos pés de Guto e obrigou Samuel a operar um milagre no canto direito, porém, ele não desistiu, apanhou o rebote e mandou para o fundo da rede! É GOL DO JUVENA! Tudo igual e teremos uma grande decisão pela frente! 1 x 1!
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Mais Juvena! Gabriel fez uma jogadaça ao escapar de Luquinhas, Manguinha e Ceará, porém, segurou demais e permitiu que Isaías cortasse providencialmente o chute. Marlon carimbou Ceará e a redonda ficou limpa para Vavá na direita, junto à linha de fundo. Samuel fechou o ângulo, recuou para Gabriel e Marlon ficou com espaço para o tiro, mas o arqueiro voltou a trabalhar e esticou o braço para interceptar! Que pressão!
O Originais estava nas cordas e a virada foi inevitável. Aos 8 minutos, Nery armou a trama no corredor central e rolou para Marlon na direita. O avante 21 preparou, apontou e soltou o canudo indefensável no rodapé direito! Belo golo! Samuel ficou estático e apenas viu a pelota parar no fundo da rede! "O Juvena é o time da virada..."! Mais uma remontada na conta! 2 x 1!
A esquadra de Simon sentiu o golpe, ficou tonta mas nada de ir para a lona! Era hora da reação! Isaías calibrou a canhota e soltou o míssil, porém, à esquerda. Fora! Aos 10 minutos, Isaías interceptou o passe laranja na quadra defensiva, marchou e acionou Isaque na esquerda. O maestro 10 estava encurralado por dois marcadores, mas encontrou espaço para tabelar com o artilheiro do campeonato, recebeu de volta e deu um belo toque na saída de Ferrugem! É O EMPATE DO ORIGINAIS! Se o time está com problemas, chama o Isaque! 2 x 2!
O Originais flertou com outra remontada. Isaque na esquerda, conexão na faixa central, leve calcanhar de Pedalástico e Ceará estava pronto para o arremate, porém, Isaías chegou com o mesmo objetivo e um atrapalhou o outro, enquanto Kerr fez o corte providencial. Na sequência, Ronald recebeu na direita, mudou a rota, ativou a canhota e soltou a bomba, interceptada por Cauê. Quase!
O tempo passava e a expectativa aumentava por conta de outra prorrogação. A juvenada teve falta a seu favor na faixa direita e Simon foi esperto em pedir break aos 16 minutos. Será que o roteiro do primeiro tempo seria repetido, pois quando alguém pedia timeout saía gol em sequência? Nada disso. No restart, Cauê rolou para a bomba de Padu, que contou com o leve desvio de Ceará e se perdeu pela linha de fundo. O lance seguiu, escanteio cobrado e o chute de Nery carimbou a zaga. Ceará apanhou a rebarba e armou o contra-ataque, porém, o passe para Ronald foi forte demais e Cauê ficou com a posse, recuou para Ferrugem, que despachou para frente.
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A trupe laranja voltava a colocar o pé no acelerador e Cauê iniciou a trama na quadra defensiva. Ele encontrou Nery solto na meiuca, passe certeiro e defesa original desarrumada. O pivô 29 avançou algumas jardas e rolou para Padu na esquerda soltar a bomba, mas Samuel esticou o braço para executar boa defesa e Wallace chegou de carrinho para afastar. Quase! Na sequência, passe errado de Lucas Anjos e Juvenil ficou com quadra livre para explorar, porém, se empolgou e o chute reto não ofereceu perigo.
O duelo caminhava-se para os minutos finais e muita precaução por parte das esquadras. Assim como no começo do primeiro tempo, as defesas voltaram a anular os ataques e ninguém queria deixar espaço. O Juvena queria resolver a parada e Juvenil encarou a marcação de Isaías na esquerda, soltou a bomba e Samuel espalmou para a linha de fundo. Depois, Vavá ciscou pela direita, escapou da marcação de Pedalástico e a finalização ficou nas mãos do guarda-redes.
Perto dos instantes finais, o Originais teve boa chance de marcar o terceiro e soltar o grito de campeão. Manguinha enfiou um belo passe para Wallace, na cara do gol, finalizar alto, porém, errou o alvo! Bola em direção ao estacionamento e segue o jogo! O professor Fernando Friedlander foi esperto e pediu tempo para frear o ímpeto inimigo aos 25 minutos.
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Tem jogo, pessoal! A probabilidade de overtime era grande e o Originais voltou aceso. Manguinha fez jogada individual, bailou na frente de Guto e o chute saiu prensado. Pedalástico ficou com o rebote, quis um lance de efeito ao tocar de calcanhar e Ferrugem segurou. O lance seguiu, reposição errada, Pedalástico apertou a marcação, Isaías recuperou no meio, avançou algumas jardas e devolveu ao 'Pedala', que fintou Ferrugem e o gol era questão de segundos, mas Guto salvou em cima da linha! Espetacular! Na hora em que Isaías ia pegar o rebote, Padu barrou no baile e Nery despachou para lateral! Incrível! O Originais estava com a bola do título! Interceptação que vale como um gol para os atuais campeões! A torcida laranja ficou aliviada.
O Originais estava pronto para cobrar o lateral, quando o clima começou a esquentar. Aquele convite para o churrasco pós-jogo, arbitragem com o extintor de incêndio e a pausa prejudicou o lado branco, que estava em bom momento. Depois de muita conversa, enfim, tivemos jogo e com poucos segundos no relógio. Troca de passes na defesa original, Isaque apareceu na esquerda e tentou armar a jogada, mas Cauê bateu a carteira, avançou alguns metros e serviu Nery no meio. O pivô 29 recebeu, preparou, apontou e deu aquele tapa colocado no canto direito de Samuel (semelhante ao tento contra o Zona Nossa na prorrogação)! Ele decide! Ele é clutch! Ele é Vitor Nery, Brasil! VAI, JUVENA, BICAMPEÃO DA SÉRIE OURO! 3 x 2! Fim de papo!
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Depois de apanhar para o mesmo Originais na rodada 4, o Juvena engatou uma bela sequência de seis triunfos e alcançou o lugar mais alto do pódio. Em 10 partidas, a esquadra alvilaranja venceu 7, empatou 1 e sofreu duas derrotas. Na premiação individual, Nery se destacou de forma surpreendente e levou o prêmio de MVP das finais. Será que estamos diante de uma nova dinastia chuteirense?! A Ouro 36 promete e os caras vão atrás do tricampeonato!
Campanha brilhante do Originais, que veio da Série Prata e deu trabalho a muito time grande nesta edição. Foram 6 vitórias, 3 empates, duas derrotas e melhor ataque do torneio com 44 gols. Na temporada 2025, a esquadra de Simon amarga o 2º vice-campeonato, já que tinha perdido a Copa dos Campeões justamente para o Juvena. Na premiação individual, Isaías levou para casa o troféu de artilheiro com 10 gols marcados.
Ficha técnica
Juvena 3 x 2 Originais – Final do XXXV Chuteira de Ouro
Gols: Guto, Marlon e Nery (J); Isaque (2) (O)
Cartões amarelos: Guto (J); Pedalástico, Lucas Anjos, Isaque e Ceará (O)
MVPs: 1 – Nery (Juvena); 2 – Isaque (Originais); 3 – Guto (Juvena)
PREMIAÇÃO INDIVIDUAL
Artilheiro – Isaías (Originais)
MVP – Kinhas (MachuPichu)
MVG – João Gualtieri (Real Madruga)
MVP das finais – Nery (Juvena)
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