Existem duas certezas no Chuteira Girls: o “pancadão” e a playlist do Futsamba antes, durante e depois do jogo; e o encontro com o Imperial independente da fase. Virou clássico, com seis duelos (contando com esta semifinal) em seis edições do torneio. Só não houve embate na 3ª edição, mas nos demais... Ao todo, três triunfos das sambonas, um empate e duas vitórias imperialistas. As atuais campeãs queriam carimbar mais uma decisão e sonhar com o bicampeonato, enquanto o Imperial buscava retornar à finalíssima depois de dois anos – já que na 1ª edição acabou perdendo nas penalidades para o Mulekinhos –, e o sonho virava realidade até os 22’50’’ da segunda etapa, quando Paulinha colocou o pé salvador para transformar os corredores da G10 em um verdadeiro baile funk.
Ao som do “Funk do Deca”, as sambonas começaram perdidas, errando passes e queimando a pelota a todo custo. Precisando da vitória, o Imperial buscava espaços para construir suas jogadas, porém a barreira branca ficava fixa na área e restava Naná tentar de longe. Sem sucesso. Muita disputa e pouca inspiração nos cinco minutos iniciais.
A partir do sexto minuto, as imperialistas conseguiram os espaços, passaram a ter calma e encurralaram as atuais campeãs. Thay avançou pela ponta esquerda, passe para Bruna, que buscou cavar sobre Ari, mas não deu certo. Intervenção da por enquanto MVG e bola para a linha de fundo. Aos 7 minutos, Amanda apareceu pelo setor canhoto, dominou, tratou bem a redonda, girou e mandou rasteiro no canto direito de Ari. Contagem aberta! Imperial na frente! 1 x 0!
As sambonas sentiram o tento, o momento era do Imperial. Quatro voltas no relógio depois, Mar lançou para a quadra de ataque, a defesa branca afastou errado e o melão ficou limpo para Jajá arriscar de longe. Tudo encaminhava para rolar a “lei do ex”, mas Thay colocou o pé no meio do caminho e matou a goleirona sambona. Bola no fundo da rede e o Imperial começava a sonhar com a final. 2 x 0!
A vantagem era boa, mas as imperialistas queriam mais. Aos 13 minutos, falta frontal, barreira postada para proteger o canto direito, Mar acertou um petardo e Ari fez uma linda defesa. O primeiro ataque perigoso do Futsamba veio no giro seguinte. Tudo começou com a boa jogada de Camila na quadra de defesa ao sair de duas marcadoras. Inversão milimétrica para Mito na direita, ajeitada de Fefê para trás e bomba de Camila por cima. Primeiro ‘uhhh’ da galera sambona! No último lance da primeira etapa, Fê Cândido acionou Alice no corredor central, chute de longe, porém sem perigo a Carvalho.
Precisando do empate para garantir a vaga na finalíssima, as sambonas pressionaram, encurralaram as adversárias e descontaram logo no primeiro minuto da etapa final. Fê Cândido cobrou falta da direita, a bola viajou na área até encontrar a cabeça de Fefê, que não deu chances a Carvalho. Bola no canto direito e temos muito jogo pela frente! 2 x 1!
O gol incendiou a peleja, as imperialistas continuavam com dificuldades para encaixar aquele contra-ataque letal, e quase o Futsamba empatou aos 4 minutos, quando Mito levantou para o tumulto, Fefê emendou de primeira, mas Carvalho fez uma defesaça. No giro seguinte, Camila carimbou a defesa vinho, a sobra ficou com Larissa, que errou o alvo. O Imperial respondeu com o tiro de longe de Amanda, que aproveitou a sobra da zaga branca, mas mandou à esquerda de Ari. Foi o único momento ofensivo imperialista na segunda etapa.
A partir do décimo minuto, só deu Futsamba. Alice, ao melhor estilo ‘Cucabol’, cobrou lateral em direção à área, Fefê subiu no último andar e cabeceou para fora. Na sequência, outra bola alçada no meio do pagode imperialista, Amanda tentou afastar de bicicleta, mas furou o pneu e a sobra ficou para Camila dividir com Carvalho. Bola para a linha de fundo.
As sambonas insistiam em jogar bola no meio da área adversária. Lateral cobrado por Camila e Cinthia chegou dividindo com Carvalho, que levou a melhor e conseguiu afastar o perigo. Já Fê Cândido tentava decidir por meio da jogada individual. A 26 sambona enfileirou a defesa vinho, teve espaço livre para escolher o canto, mas mandou por cima. O tempo passava e o gol de empate não saía.
O relógio chegava aos 22 minutos, quando Lex deu uma bola açucarada para Fefê ficar na cara do gol. A 18 sambona dominou e tocou na saída de Carvalho, que fez uma defesaça e evitou o empate! Seria o passaporte para a final, mas segundos depois, um golpe feio e letal, tipo aquele gol do Ricardinho na semifinal do Paulista de 2001 contra o Santos a poucos segundos do apito final. Um momento de desatenção, bola recuada para Carvalho sair com os pés, porém, a goleirona errou o passe, entregou nos pés de Fê Cândido, que não pensou duas vezes e rolou para Paulinha, a ‘heroína improvável’, concluir na saída da arqueira e causar um êxtase na torcida sambona. Gol, baile funk e classificação das atuais campeãs! 2 x 2!
Saída de bola, poucos toques e fim de jogo! Pela segunda vez seguida, o Futsamba decide o título do Chuteira Girls e busca o bicampeonato, juntando a Academia Competition como maiores vencedoras do certame. O último degrau dessa caminhada será contra o Condor’s. Em quadra, as duas melhores campanhas, as únicas equipes invictas, o melhor ataque do torneio (Futsamba) e a melhor defesa (Condor’s). Ingredientes de um duelo que promete ser de arrepiar. Ao Imperial, a sina das semifinais persiste, pois a equipe acabou caindo pela terceira vez seguida e a classificação ficou há poucos segundos do apito final.
Ficha técnica
Futsamba 2 x 2 Imperial – Semifinal do VI Chuteira Girls
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