A zebra estava armada após o primeiro tempo do encontro entre o favorito Parceradas contra o azarão O’Hara. Foi apenas faltando 5 minutos que o time de Paulada e Delgado conseguiu abrir vantagem considerada para ficar mais tranquilo e avançar às semifinais e encarar o Real Mazzei.
O placar de 7 x 3 é um tanto enganoso, já que o OH foi ao intervalo vencendo por 3 x 1 e deu trabalho até o fim. Miranda acabou sendo o salvador dos parceiros: como goleiro-linha, marcou um golaço de longe que inspirou seus companheiros a reverter a má situação.
Antes de a bola rolar, quem ousasse dizer que não daria Parceradas, logo seria tachado de maluco. Tecnicamente, o O’Hara era inferior – vide tábua de classificação da primeira fase. E a julgar pelo começo do embate, o placar seria histórico em dígitos. Tudo porque foram seis boas oportunidades de abrir a contagem aos parceiros (entre elas saiu o primeiro tento). Camargo começou chutando de pé direito pela ala esquerda, mas a bola saiu com perigo no canto esquerdo. Já Vitinho teve duas chances distintas, sendo na primeira uma bomba em falta da intermediária que parou em Lameiro, e na segunda, desviando para fora chute de Camargo – quando o 13 levou da esquerda ao meio.
O Parceradas ia criando muitas oportunidades e abriu a contagem aos 7 minutos. Cainho lançou da zaga para Camargo, na esquerda. O jaqueta 13 acertou a trave, a zaga não afastou, e o rebote rasteiro de Kayke foi letal. 1 x 0! Se aberta a porteira, a boiada passará à vontade. Certo? Não mesmo. Inclusive porque Kayke teve mais duas chances depois de seu tento: primeiro ganhou do marcador e avançou da meia à esquerda para chutar por cima com perigo; depois, no corta-luz de Cainho, o camisa 5 obrigou Lameiro a mandar o veneno a corner.
Estava muito tranquilo aos parceiros. Dava até para o torcedor ir ao bar ou banheiro que o ‘ataque
vs defesa’ estaria rolando solto ainda. Só que aí chegou o minuto 10, e o que era sujo se limpou. Lameiro fez lançamento preciso com as mãos para Tassi, que dominou com categoria e encheu o pé no alto, no centro da meta de Brunão! 1 x 1!
Trinta segundos depois do empate, a dupla de torcedores do OH presentes delirava: na saída equivocada dos parceiros, Tassi recebeu e cacetou, Brunão rebateu mas Digão apareceu para conferir a virada relâmpago. 2 x 1! É, amiga e amigo,
yes they can. A prova foi Cainho, pela direita, parando em Lameiro – que rebateu a pancada do 4.
Como num passe de mágica, os o´harenses passaram a ter o controle emocional necessário e quase ampliaram no pivô de Tassi para Giuli que fez Brunão defender no sufoco. Desnorteado, os parceiros pediram uma pausa para colocar ordem na casa. Aparentemente daria certo, quando no retorno, Matheusinho bateu falta da intermediária esquerda, mas por cima. Só que o OH estava muito bem postado e, quando roubava a bola, explorava bem os contragolpes. Tassi mandou por cima ao arrematar na segunda trave lateral vindo da direita – que passou por várias pernas antes. Depois, Digão ficou possesso com Caíto, que chutou chance para fora quando seu camarada estava em melhor posicionamento pelo meio.

O Parceradas poderia empatar? Sim, mas, para tal, Matheusinho precisaria de um pé canhoto. Com a chance no pé ‘ruim’, não chutou na cara de Lameiro e resolveu rolar atrás para Bolivia mandar para fora. Dica do repórter: deem um pé esquerdo de presente ao Matheusinho neste Natal, parcerada, não se arrependerão! O OH agradeceu e, antes de ampliar, Digão teve a chance, mas parou nos pés salvadores de Brunão. Só que de nada adiantaria, pois na sequência o goleirão faria lambança: no recuo da direita de Cainho ao goleiro, ele titubeou demais e Caíto chegou deslizando – daí o arqueiro chutou para aliviar, mas nas pernas do camisa 10 e 3 x 1 antes do intervalo.
A zebra estava armada. Porém, Miranda tratou de espantar o fantasma. Como goleiro-linha na etapa final, surpreendeu a todos e mandou um foguete da sua quadra de defesa que acordou a coruja no ângulo esquerdo! 2 x 3! Antes do empate, Paraíba quase colocou 2 de diferença de novo ao receber na esquerda, fintar seu marcador e chutar rasteiro, mas para fora. Aos 4 minutos, Baixinho foi feliz em seu arremate da entrada da área. 3 x 3! A situação fez o OH pedir um break, e o time segurou o empate até os 20 minutos.
O jogo continuou lá e cá. Teve chance de Paulada (que chutou fora após dominar lançamento de Miranda e girar), oportunidade de Digão (após saída errada parceira, obrigando o goleiro a rebater chute rasteiro da intermediária), boas defesas de Lameiro (parando primeiro o
toque me voy de Bolivia, e depois mandando a corner sapatada de Cainho), além da batida de carteira de Digão pela direita (mas chutando cruzado para fora). Com tantas situações uma hora o tento sairia. E foi aos 19 minutos que os parceiros começaram a sair do sufoco. Em falta na entrada da área, Kayke fez o alívio imediato no canto esquerdo. 4 x 3! Gallo até poderia empatar na saída de bola, mas o que o camisa 14 conseguiu foi armar contra-ataque para Cainho avançar pela direita e cruzar para o artilheiro do dia, Kayke, completar. 5 x 3!
Se Zecas tivesse convertido a falta cobrada da intermediária talvez o jogo fosse outro no fim. Como não marcou, Cainho resolveu a parada da entrada da área e tirou as cordas dos pescoços dos parceiros. 6 x 3! Os times ainda alternaram tentativas (com Digão, Cainho, Vitinho e Apaixonado), mas o placar final foi decretado pelo camisa 4 do Parceradas: Matheusinho avançou pela direita e apenas rolou a Cainho, também na direita, que chutou cruzado para marcar 7 x 3, espantar a zebra e colocar o Real Mazzei em sua alça de mira.
Ficha técnica
Parceradas 7 x 3 O’Hara – Quartas de final do VIII Chuteira 5
Gols: Kayque (3), Miranda, Baixinho e Cainho (2) (P); Tassi, Digão e Caíto (OH)
Cartões amarelos: Caíto e Digão (OH)
MVPs: 1 – Kayque (Parceradas); 2 – Digão (O’Hara); 3 – Tassi (O’Hara)
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