Por culpa do regulamento, o Independente está fora da briga pela taça mesmo tendo vencido todos os seus jogos. Diante do Imperial, Tina comandou o time na difícil vitória por 1 x 0, que levou as independentes aos 12 pontos, mas com um saldo de gols insuficiente para ultrapassar ou Futsamba ou Roleta Russa Dasmina, sendo eliminado da disputa. As imperialistas, pelo contrário, fizeram uma pontuação bem abaixo das independentes, mas como estavam em outra chave, passaram às semifinais justamente no saldo de gols.
Como toda rodada, foi uma partida bem disputada e bem tensa. Não no sentido violento, mas cada dividida era como uma semifinal de Copa do Mundo. Do lado do Imperial, Roxa mais uma vez não compareceu; já Maat estava lá para comandar o ataque e, junto a Lara, Pedrão pôde contar com um poder de ataque maior para sua equipe. O problema é que, do outro lado, André de Sá armou suas meninas a darem o bote nos momentos certos, mesmo com ausências consideradas, como as de Isa (melhor em quadra no duelo atrasado ante o Pauline no último dia 07) e Gabi.
Enquanto isso, os sistemas defensivos estavam atentos. Mais uma vez, Karina fez uma partida estupenda – tirando bolas, desarmando adversárias e saindo para atacar com precisão -, pelo menos até sair contundida (boa recuperação, Karina). Próxima à zagueira, Mah era a segurança na proteção independente, praticamente uma pitbull nos desarmes contra Maat, Lara, Thai e Thais – inclusive sendo amarelada aos 10 da primeira etapa por parar a italiana Lara na bala! Já Ana Carolina não trabalhou muito, mas quando acionada, saiu-se bem. O Imperial contava com a consistência de Vilela, que estava com vontade e tinha de ser virar com o poderio do ataque independente. Renata, mais uma vez, foi segura, com boas defesas para deixar suas adversárias cada vez mais apreensivas.
Tina acabaria como a grande destaque, realizando excelentes jogadas e ditando o ritmo independente, sempre com a proteção de Mah atrás e a parceria de sucesso com Sabrininha – a jogadora não fotografada. Em raro lance de perigo, após bate-rebate digno de pelada de churrasco da faculdade, a independente 5 pegou a sobra na esquerda e veio em diagonal pelo meio, aí foi cacetar no ângulo esquerdo – com Renata já pensando no pior. Sorte da arqueira que uma cabeça amiga cortou a trajetória certa, mandando a pelota a corner e arrancando da torcida um “Ia ser gol com certeza!”.
Perto dos 12 minutos saiu o gol único. Tina iniciou a trama pela direita, e logo foi cercada por imperiais (lembrando Denílson na Copa de 2002 contra a Turquia). Ela voltou atrás para Karina, que achou Sabrininha na esquerda para a independente 10 mandar o pé direito na zaga; Tina foi ligeira no rebote e contou com desvio para vencer uma desolada Renata. 1 x 0!
Quem acompanhou a vitória do Independente ante o Pauline logo associou à porteira aberta após o gol inaugural (com o time de Táli e da moça do banner, Lili, marcando mais 3 vezes e construindo bom saldo). O problema é que o Imperial é um time guerreiro, difícil de ser batido. Thais, como sempre, construía jogadas e deixava suas marcadoras perdidas. Maat também lutava e sempre criava situações para chutes. Porém, Thai era a mais perigosa independente. Em cobrança de falta da imperial 1 da intermediária, a 1 do Independente teve de rebater para frente a pancada: as mãos de Ana Carolina certamente queimaram na pancada!
À medida que o tempo passava os corações independentes e imperiais ficavam aflitos. Obviamente ninguém queria perder, mas os objetivos também eram distintos àquela altura. De um lado era aumentar o saldo; do outro, não negativar mais. Mah teve condições de aumentar a fatura e colocar mais pressão sobre o Roleta Russa Dasmina (que jogaria na sequência) ao surgir desimpedida pela esquerda, de frente à Renata, mas o bico do salto alto da independente 11 foi desviado a corner tirando tinta do poste! Paralelo a isso, Sabrininha arrancou aplausos e sorrisos com o belo rolinho na imperial (que terá seu nome preservado nesta matéria), amenizando o clima de Libertadores que pairava na G9!
Na reta final, além do nervosismo em marcar ou não sofrer gols, ainda havia o desgaste físico das meninas – mesmo com as disposições intactas, como se fossem crianças de 8 anos brincando no parque. Os tempos técnicos ajudavam os treinadores a darem fôlego às jogadoras, e a tentarem uma tática ninja para serem triunfantes. O problema é que as destruições eram as marcas do duelo, e parcos lances de perigo foram vistos, mesmo com Alê ficando face a face com Renata, mas com a imperial 3 salvando - a escanteio - mais uma vez sua equipe!
O Independente sabia que precisava marcar pelo menos mais um para ficar mais sossegado, mas a defesa imperial estava implacável – e o contra-ataque passou a ser uma arma. Em um deles, justamente o último momento do bom match, Mari Ramos resolveu pegar sua pantufa e tirar um cochilo exatamente quando Thai estava de passagem pela quadra independente, aí Ana Carolina teve que usar as pernas para efetuar a defesa a corner e garantir, pelo menos, a vitória independente – que acabaria não servindo para nada. Ao Imperial, foi uma derrota com sabor de vitória, à espera do Olimpia nas semifinais.
Ficha técnica
Independente FF 1 x 0 Imperial FF – 4ª rodada do V Chuteira Girls
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