Um míssil foi lançado no dia 28 de setembro e até agora não parou. Aonde ele vai chegar? Ainda não se sabe, mas pelo menos até as quartas de final ele vai! O novato Vila Míssel segue em direção ao alto, cada vez mais alto, na Prata 28. No jogo inaugural das oitavas de final, a esquadra laranja e preta não tomou conhecimento do mais experiente e reforçado Ventiladores. De virada e com muita maturidade, venceu por 4 x 2 para manter viva a esperança de alçar voos ainda maiores.
Um duelo tão decisivo e equilibrado só poderia começar intenso e em alta velocidade. O VM tentou pressionar a saída de bola adversária, mas, quando essa pressão enfraqueceu, Borel deu uma de suas arrancadas desde a defesa, passou pela linha do meio da quadra e driblou a marcação. Confiante, ele ignorou o pedido de Mat por um passe, ajeitou e bateu de esquerda buscando o ângulo esquerdo. Macarrão se esticou todo e chegou a tocar na bola, mas não evitou o golaço! 1 x 0!
A alegria durou pouco – para ser preciso, só alguns segundos. Índio aproveitou um desarme na defesa, avançou e, de longe, disparou um chutaço. Assim como Macarrão, Lenzi também encostou na pelota, sem o poder para evitar seu destino! Belo gol para deixar tudo igual! 1 x 1! Borel seguiu como o mais perigoso do Ventiladores e assustou o adversário com outra finalização de longa distância – mas, desta vez, a bola foi para fora, por pouco. Depois disso, o Vila Míssel criou as melhores oportunidades. Gui descolou um belo passe e deixou Índio na boa pelo lado esquerdo. A virada só não saiu porque Lenzi já estava bem posicionado para bloquear! Depois, um chutão da defesa virou lançamento para Índio, que novamente sairia de frente para o gol, se Lenzi não tivesse saído de sua meta para tirar de carrinho.
O domínio mudou de lado na segunda metade da primeira etapa e o Ventiladores teve seu momento de pressão. Thiago chegou pela esquerda e cruzou para trás; Kril ajeitou de calcanhar e Pela pegou muito embaixo da bola, mandando por cima. Já aos 19 minutos, Gávilez fez linda jogada individual, passou por dois adversários na velocidade e, cara a cara com Macarrão, deu uma cavadinha para acertar o travessão! Seria uma pintura! Teve ainda a tentativa de Mat, que bateu com força de fora da área e obrigou Macarrão a defender em dois tempos.
Justamente quando tentava afastar uma das investidas adversárias, o Vila Míssel construiu a virada. Um bicão da zaga acabou servindo de lançamento que deixou Raphão e Vini contra Mat. Em dois contra um ficou fácil! Raphão avançou pela direita e passou na hora certa para Vini, com o gol aberto, estufar as redes! 2 x 1! E assim o placar se manteve até o intervalo, com vitória parcial da equipe mais eficiente em um primeiro tempo de bastante equilíbrio.
Ao recomeçar a partida, era esperado que o Ventiladores fosse para o ataque, enquanto o adversário tentaria explorar os espaços deixados em sua defesa. Se você pensou isso, está errado! Os laranja e pretos começaram com tudo e logo nos segundos iniciais Gui desarmou Borel pela esquerda, disparou em velocidade, driblou e Lenzi e concluiu para o gol aberto. Tomita apareceu para tirar em cima da linha e impedir o terceiro! Não foi o único lance em que o camisa 8 salvou a pele de sua equipe. Na sequência, Índio aproveitou vacilo do rival, ficou com a bola, driblou a marcação e, na hora de fazer mais um, foi desarmado por Tomita!
Sentindo o oponente atordoado, o Vila Míssel manteve a pressão. Barutti recebeu na linha do meio da quadra, mais à esquerda, e teve espaço para ajeitar e disparar em direção ao gol; Lenzi precisou espalmar. Pouco depois, Gui, o melhor da partida, chegou pelo flanco esquerdo e passou para Mané bater de primeira, a bola fez curva e passou zunindo junto à trave direita. E teve mais Gui: ele deu um lindo chapéu na marcação e mandou na rede pelo lado de fora, em lance símbolo da superioridade de sua equipe àquela altura.
Acuado, o Ventiladores só foi finalizar pela primeira vez na etapa final com quase 5 minutos, mas a conclusão, feita por Tomita de longe, passou por cima, sem grande perigo. Com dificuldades para sair da marcação alta do rival, a esquadra fazia partida burocrática e não conseguia acionar seus jogadores de frente. Mesmo Borel errou passe fácil ao sair jogando, o que mostrava o quão delicado estava o momento. O jeito foi tentar novos chutes de longa distância, como fez Diegão. Desta vez, Tarik precisou pular como um gato para espalmar!
Para o VM, em compensação e as jogadas ofensivas fluíam de maneira natural. Índio fez passe em profundidade buscando Gui, Lenzi saiu para cortar e mandou pela linha de fundo. Até mesmo Barutti, xerifão responsável pela atuação segura de sua defesa, resolveu arriscar. Do meio da quadra, ele soltou um foguete que explodiu na trave. Deu para ouvir o barulho de longe!
Diante de situação tão complicada, a comissão técnica azul e dourada lançou mão de tudo que podia e chegou a colocar três atacantes em quadra: Salgado, Caião e Pela. Faltou combinar com Tomita, que foi de herói a vilão ao vacilar e ser desarmado por Gui. De frente para o crime, ele bateu de esquerda para acertar o cantinho direito e ampliar a vantagem! 3 x 1! Um tempo depois, já aos 17 minutos, foi a vez de Gávilez dar mole e também perder para Gui. Como no gol anterior, foi só tirar de Lenzi e sair para o abraço! 4 x 1!
A partir daí, só restou ao Ventiladores partir para o tudo ou nada. Borel foi bem ao costurar pela direita e abrir para Caião cruzar de primeira; Tarik cortou com um soco na bola. Depois, Tomita roubou a bola na defesa e passou para Pela, que tabelou com Caião e isolou na hora da conclusão, perdendo boa chance de descontar! A tentativa seguinte, por outro lado, deu resultado. Kril começou a jogada com desarme, Tomita abriu na esquerda e Caião cruzou para a área. O próprio Kril apareceu sozinho para cabecear no alto da meta! 4 x 2! Ainda houve tempo para Borel tentar de fora da área depois de driblar a marcação e, com desvio, mandar acima do travessão.
Como ponto lamentável, uma confusão se iniciou pouco antes do apito final. Dois jogadores de cada lado acabaram expulsos: Tomita e Barutti. O segundo fará muita falta ao VM na próxima fase! Ao menos, logo depois de encerrado o duelo, todos se cumprimentaram e saíram de quadra em paz.
O resultado, justo e incontestável, fez o Ventiladores terminar mais uma edição da Prata de forma melancólica. Reforçada com ex-jogadores do Pervas, a equipe começou muito bem a fase de grupos, caiu de produção na reta final e perdeu a segunda colocação na última rodada. Foi sua perdição. O Vila Míssel, ao contrário, segue firme no sonho da ascensão à Ouro e até mesmo do título! O novo desafio, nas quartas de final, será diante de um velho conhecido: o seu algoz The Homer. Será que desta vez vai ter revanche?
Ficha técnica
Vila Míssel 4 x 2 Ventiladores – Oitavas de final do XXVIII Chuteira de Prata
Gols: Gui (2), Índio e Vini (VM); Borel e Kril (V)
Cartões amarelos: Mané, Gui e Raphão (VM); Diegão (V)
Comentários (0)