Marola e Colônia 355 entraram em quadra para jogar suas vidas. Afinal, eram duas equipes em má fase e desesperadas pela vitória na busca por uma vaga na fase final e, principalmente, para fugir do rebaixamento. Com tamanha tensão envolvendo a quadra 5, a partida foi digna das grandes obras da dramaturgia, com duas viradas, gol nos minutos finais e um herói improvável. Só que, ao apito final, apenas um lado pôde comemorar: os marolenses, que fizeram placar parecido com antigas vitórias sobre os mesmos rivais e venceram por 4 x 3!
Como já havia acontecido em rodadas anteriores, os dois times se apresentaram cheios de desfalques e com goleiros improvisados – dois dos motivos que, aliás, explicam as campanhas fracas de ambos. Aos presentes, não faltou disposição na busca por anular as principais peças adversárias e diminuir ao máximo os espaços. Tanto que a primeira finalização com algum perigo só foi acontecer aos 2 minutos, quando o colono Fefe arriscou de longe e mandou pouco acima do travessão. A resposta veio com Hugo, que ajeitou para Bernas pegar bonito e mandar à esquerda da meta.
Com o passar do tempo, o jogo abriu e as equipes alternaram chances de abrir o placar. Pelo Marola, Hugo recebeu passe em profundidade e tentou driblar Nicolas, que cometeu falta no limite da entrada da área – quase pênalti! Depois, Bernas cobrou lateral que atravessou a quadra e chegou para Fragata cabecear na área, pela direita; Nicolas fez boa defesa! Pelo C355, Xande cobrou falta perto do bico esquerdo da área, a bola desviou no meio do caminho e pegou no travessão! Em seguida, Wasser apareceu livre na área para cabecear e Vinicius, sem o cacoete de goleiro, quase deixou passar.
Apesar do aparente equilíbrio, o ex-Cozinha da Villa se apresentava um pouco melhor. Por isso, ficou uma sensação de justiça quando Fragata fez desarme na lateral direita e bateu cruzado para Bryan apenas desviar debaixo da trave! 1 x 0! A partir daí, a equipe priorizou a defesa da pequena vantagem. Por um tempo, até funcionou, com exceção de contra-ataque no qual Riquelme conseguiu passar pelo arqueiro e, sem ângulo, mandou para fora.
Porém, quem conhece o Marola sabe que segurar resultado não é sua maior qualidade. E sabe também que acontecem certos apagões quase inexplicáveis. Foi num desses apagões que a história do jogo deu uma reviravolta. Aos 17 minutos, Xande cobrou lateral direto para a área, Juan disputou com a defesa e a bola sobrou limpinha para Riquelme completar! Tudo igual: 1 x 1! No lance seguinte, Jota recebeu lançamento em profundidade pelo flanco esquerdo, saiu na cara do gol e, cheio de categoria, encobriu Vinicius! Golaço para virar o placar! 2 x 1!
Mesmo em situação delicada e sentindo a falta do artilheiro Alemão e do habilidoso Menó, os marolenses encontraram forças para reagir antes do intervalo. Insistente, Tornoza disputou com a defesa até ficar com a bola e passou para Senna cruzar rasteiro. Nova disputa na área, confusão e a sobra ficou com Bryan, que mais uma vez só precisou cutucar para o fundo da rede! 2 x 2!
O segundo tempo começou igualmente intenso e disputado, mas com superioridade dos abelhas. Wasser deu uma de suas arrancadas características, avançou com liberdade pela esquerda e finalizou bem perto da trave. Pouco depois, ele mesmo apareceu dentro da área e, totalmente livre, completou de cabeça um cruzamento de cobrança de lateral. A bola não foi longe de Vinicius, mas ele aceitou! 3 x 2!
Entretanto, em duelo tão disputado e imprevisível, toda comemoração é efêmera. Poucos minutos depois de tomar o terceiro, o Marola descolou a grande oportunidade para igualar novamente. Bryan recebeu passe dentro da área, cortou Nicolas e, antes de finalizar, foi derrubado pela marcação. Aí é pênalti! O próprio Bryan ajeitou a bola, partiu tranquilo para a cobrança, deu uma paradinha e deslocou o arqueiro! Foi o terceiro dele para colocar novo empate no placar! 3 x 3! Que jogo!
Os marolistas aproveitaram o momento para buscar a virada. E Bernas resolveu chamar a responsa na armação, participando muito das construções ofensivas. Em uma delas, ele acionou Bananinha, que puxou da esquerda para o meio e saiu na cara do gol, mas Nicolas apareceu para bloquear! Na sequência, Hugo roubou a bola no campo de defesa, carregou e abriu para Bernas bater de primeira; desta vez, Nicolas precisou defender com o pé. Teve resposta do outro lado. Uma boa trama ofensiva terminou com passe de Wasser para Riquelme dominar de costas para o gol, girar bonito contra a marcação e parar em saída precisa de Vinicius! Pouco depois, novo passe de Wasser para Riquelme, que desta vez cruzou para atrás, onde Bassa chegou finalizando torto, direto para fora.
Depois dessa trocação, a partida voltou a ficar truncada, recheada de disputas fortes e erros de passes. Por isso, as jogadas de perigo só voltaram na reta final. Atrás na tabela e precisando (ainda mais) desesperadamente da vitória, o Marola tomou mais atitude. Bernas fez desarme pela meia esquerda e acionou China João, que passou para Senna bater de primeira e mandar pouco acima do travessão.
Desfalque muito sentido, Bereshow, titular da meta colonial, estava assistindo a partida e deu a letra: seus companheiros não conseguiam sair jogando e pareciam prontos para entregar a rapadura sob a pressão adversária. Em lance simbólico, Nicolas tentou lançamento para Fefe, que errou o domínio e cedeu lateral de graça. Na cobrança, Bryan recebeu e encontrou Senna, que encheu o pé e obrigou Nicolas a fazer a ponte para evitar o gol. Bereshow assinaria essa defesa!
Os minutos finais ficaram inundados em drama e tensão. Conforme se aproximava o apito final, o Marola pressionava com mais intensidade. Na jogada decisiva, China encontrou Bryan, que fingiu a finalização e abriu para Tornoza, na esquerda, bater rasteiro, de primeira, no cantinho! Belo gol para revirar o marcador! 4 x 3!
Já no desespero, o Colônia partiu para cima. Riquelme fez passe em profundidade para Wasser avançar contra a marcação e mandar na rede pelo lado de fora. Já aos 24 minutos, o goleiro marolense cometeu irregularidade ao pegar com a mão uma bola recuada e concedeu falta perigosíssima. Na cobrança, Riquelme lançou um foguete que desviou no meio do caminho e se dirigiu ao gol, mas Senna apareceu para tirar em cima da linha! Incrível! Houve tempo para resposta à altura: Davi escorou lançamento pela direita, Bryan ficou com a bola do outro lado, driblou Nicolas e concluiu para o gol aberto. No último instante, a defesa conseguiu botar o pé para bloquear!
Esse foi o lance final de uma das melhores partidas de toda a Prata 28, ao menos no que se refere a emoção. Se as duas equipes têm trajetórias sofríveis, ao menos souberam entregar um belo espetáculo no confronto direto! Com sua primeira vitória, o Marola passou a lanterna do Grupo B para o próprio C355, justamente pelo critério do confronto direto. Basta um novo triunfo diante do Bicho Solto, na última rodada, para ao menos garantir a permanência na Prata. Dependendo dos outros resultados, pode rolar vaga no mata-mata!
Já o Colônia precisará superar a péssima fase para fazer frente ao Vila Míssel. Em caso de vitória, irá igualar a pontuação do mesmo adversário e, também pelo critério do confronto direto, ultrapassá-lo na tabela. Como no caso dos marolenses, há chances tanto de cair quanto de se classificar para a fase final. Façam suas contas e liguem os secadores, pois a rodada final promete ainda mais tensão!
Ficha técnica
Marola 4 x 3 Colônia 355 – 6ª rodada do Grupo B do XXVIII Chuteira de Prata
Gols: Bryan (3) e Tornoza (M); Riquelme, Jota e Wasser (C355)
Cartões amarelos: Fragata e Senna (M); Xande, Bassa, Juan, Wasser, Nicolas e Riquelme (C355)
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