Se7e de Perdizes reencontra a vitória após 105 dias e evita que o Cachorro Velho o encaminhe para a eliminação sumária; Gabiru esteve possuído por alguma feitiçaria, marcou os dois tentos se7istas e ainda foi o homem of the jogo
Depois de seis rodadas, o Se7e de Perdizes meteu 2 x 1 no Cachorro Velho e, aleluia, respirou aliviado. Contando com Gabiru acima da média, e se7istas comprometidos a saírem com três pontos e passar um pouco menos de sufoco na tabela, o professor Pereira finalmente poderá planejar seu time rumo à classificação a algum ‘mata’. Fase final, à qual o CV se encontra praticamente classificado. Porém, precisará pensar em soluções ao ataque, pois quando Matheus deixou o jogo por contusão ainda na primeira etapa, sua ofensiva não ornou dali por diante, e isso seria imperdoável nos confrontos decisivos. Poderia ter encaminhado a eliminação de um forte concorrente ao título inclusive.
Uma pitada de decepção por ver os times com poucos suplentes (temia por isso, sim, mas no jogo de fundo, no empate em dois tentos entre Soberanos e Real Madruga), mas pelo menos a cachorrada estava com seu titular - o mesmo a fazer 13 excepcionais pontos por enquanto (um belo de um “chupa” pra quem ocupa do 7º ao 12º posto). Então lá foram Matheus, Benito, Mateusão, Jeka, Allan e Rada Tutty encarar Cayami, Gabiru, Pedrinho, Rafa Martins, Índio e Fefê. Primeiros toques no melão com o 7 tendo mais a posse do mesmo, mas logo Benito seria derrubado no costado direito. Rada Tutty rolou dentro, Fefê não afastou e Matheus concluiu no canto direito seu primeiro e último ato no game, mas a tiro de meta! Resposta com trocas rápidas para Cayami encontrar passe elevado a Gabiru, que deu voleio não tão Brandon Lee assim, mas, apresentava sinais de feitiçaria porque ensaiava para o que viria em seguida: a blitz se7ista não parou e os toques picantes confundiram a marcação cachorra, então de Fefê a Pedrinho, e deste para Gabiru completar 1 x 0!
O CV melhorou de produção a partir de então. Passou a agredir mais a área rival, mas foi o tiro de Rafa Martins, por cima do arco, que assustou! Já Jeka, Jurado e Mateusão não desistiam, e depois de corner pela direita, Jurado desviou fácil para Gallego. O ritmo do encontro era rápido e devagar ao mesmo tempo como doutrinou Daniel Kahneman. Porém, tecnicamente, lembrava mais Angústia, de Graciliano Ramos. Erros de passes eram celebridade, enquanto os desarmes levavam menções honrosas. Assim fica moleza explicar por que os zagueiros se destacam quando Douglas Almasi é o repórter!
Entramos no minuto dez com um pijama-training de dar sono para quem estava na plateia. Longe de os dois times desistirem, mas dentro de quadra, havia para relatar que Índio e Cayami formavam ótima defensiva se7ista, enquanto o CV lançava Bugil e Vitinho Lessa na busca de uma igualdade com aparência de estar a milhas de distância. Acelerada de Nei para Rafa Martins, e deste abrindo para Gabiru tirar o marasmo no estádio Chuteira de Ouro 14, dar aquela alegria para sua torcida e a quem assistia na arquibancada. Chapada certinha, com precisão, milimétrica: rumo a Júpiter!
Começou o minuto 15. Nenhuma novidade. Vou contar quem tocava pra lá e pra cá: Sonic, Cayami, Nei, Gabiru, Rafa Martins e Índio. Cercavam sem incomodar Rada Tutty, Vitinho Lessa, Mateusão, Bugil, Jeka e Allan. A cúpula do CV, contudo, estava desgostosa e por isso pediu uma pausa. Só que foi o 7 quem voltou aceso quando a zaga tomou atrás e Nei tocou a Gabiru no meio; este fez ótima parede - sob forte molestação de Rada Tutty - para o próprio Nei partir à deriva, invadir a área, deitar Almeida, se consagrar, mas chutar de verdade a tiro de meta!
O CV melhorou nos minutos finais para a troca de lados. Depois de toques sensuais, lançamento para Souto cruzar para Rada Tutty, a zaga se7ista afastou pra trás e acertaria bela conclusão pra cachorrada, mas Gallego voou para agarrar no ângulo o fogo-amigo! Em seguida, recuperada cachorra para Jeka experimentar à linha de fundo! Quem jogava de branco mostrava postura distinta do começo, mas o 7 foi equilibrado durante todo o primeiro tempo: Índio interceptou passe em sua zaga, o melão foi a Paiva no meio, que segurou por quase os mesmos 105 dias de jejum se7ista até a passagem de Nei pelo costado esquerdo, e este rolando pra dentro para Gabiru cacetar no alto! 2 x 0!
Começou a etapa final e o Cachorro Velho passou a tratar a área do 7 como sua, só que a galera se7ista não queria ser eliminada na primeira fase e logo imprimiria ritmo intenso. De Nei a Gabiru, dele a Fefê, na esquerda, para cruzar e Cayami mandar à queima-roupa. Milagre de Almeida! O cenário para Allan, Jeka, Bugil, Vitinho Lessa e Mateusão era esse: fragilidade ofensiva sem Matheus como pivô, e pânico com o forte contra-ataque! Porém poderia ter diminuído na excelente jogada entre Mateusão, Jeka, e conclusão de Allan… no estacionamento!
O 7 cadenciou o espetáculo. Tinha total controle da situação. Voltava a triunfar depois de seis rodadas. Índio tocou para Paiva fazer a jogada, passar a Gabiru na esquerda, que voltou dentro para Índio deixar à chegada de Rafa Martins com sapatada. Almeida rebateu o problema pro lado! O time não parava a produtividade e veio com infração pela esquerda. Não teve sucesso na jogada, mas manteve a posse de bola e ganhou bons minutos com isso.
Nem de longe aparentava que o 7, dessa vez, entregaria o ouro como nas últimas rodadas: não jogou somente para consagrar arqueiro adversário! Contragolpe ligeiro com Paiva pela direita, que driblou Rada Tutty e cruzou, mas nenhum se7ista chegou para completar! A cachorrada lutava, conseguia cavar faltas, mas sofria com a defensiva liderada por Índio! Momento também de juras de amor entre Rada Tutty e Paiva, numa comoção sem tamanho. “Te vejo domingo na igreja?”, duvidou Rada Tutty para Paiva, que respondeu: “Com certeza, meu cristão”! Tudo isso favorecia somente quem vencia…
Rada Tutty largou a religiosidade e passou a frequentar o ataque, mas perdeu boa chance e viu Paiva contra-atacar com Rafa Martins, mas outra vez a peleja ficou paralisava por uso excessivo de megafones! Enfiaram um break no meio pelo menos, com resenha de Rada Tutty, Nei e arbitragem: papo-cabeça a essa altura do Classic 3! Jeka, Vitinho Lessa, Bugil, Allan, Rada Tutty e Mateusão ainda sonhavam com o empate no retorno, mas Índio, Nei, Rafa Martins, Pedrinho, Gabiru e Paiva estavam adeptos do triunfo. Mesmo assim, viram Bugil cacetar depois de corner pela esquerda. Gallego efetuou ótima defesa!
Faltava pouco tempo para o CV buscar a reação. Bugil cobrou falta da intermediária. Tiro de meta. O Se7e de Perdizes mereceu vencer do início ao fim. O feiticeiro Gabiru ainda tinha fôlego para atazanar a saída de Allan! Três pontos controlados e calculados, num momento fundamental do Classic 3. A cúpula do CV pediu tempo aos 25 minutos. Nem precisava voltar a peleja a devolver o sorriso no rosto do professor Pereira. Calma, porque o 7 é o 7, pois ainda deu tempo de Gallego entregar a paçoca nos pés de Mateusão, que investiu e meteu a unha no melão a explodir no ângulo direito! 1 x 2! O que seria de Pereira com uma quarta igualdade...
Ficha técnica
Cachorro Velho 1 x 2 Se7e de Perdizes – 8ª rodada da fase de classificação do III Chuteira Classic
Gols: Batata (CV); Gabiru (2) (7)
Cartões amarelos: Tutty e Bugil (CV); Paiva e Pedrinho (7)
MVPs: 1 – Gabiru (Se7e de Perdizes); 2 – Cayami (Se7e de Perdizes); 3 – Rafa Capita (Se7e de Perdizes)
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