JP chega à sua primeira decisão ante o experiente, e agora triplamente finalista de Chuteira Classic, Arouca, este, advindo do Play in - repescagem dessa vez
Pessoa-leitora, como vai? Olha, caso você tenha acompanhado o Classic 3 do começo até a finalíssima entre JP e Arouca, e te perguntarem “chegaram as melhores equipes na disputa da taça”, primeiro pare. Depois respire. Pense um pouco em seguida. Quando chegar a um veredito mental (sem o auxílio de uma inteligência generativa de preferência senão o cérebro atrofia) responda “não tenho a menor ideia” ou “isso é relativo”. Porque alcançaram a festinha privê os segundos lugares na fase classificatória, os jpzenses, e o “somente” 10º mais bem ranqueado, advindo do Play in - repescagem (e que ficou à beira da desclassificação), mas são os arouquistas, agora triplamente finalistas do torneio dos chuteirenses-experientes. Então, é complicado responder a uma questão jornalística voltada para o circo pegar fogo, pois os outros dez times poderiam estar nessa fase inclusive, mas não tiveram carisma. Esse, que sobrou para as turmas de Ramalho e Thiaguinho, por isso estarão na decisão de sábado.
Se estão na final, é porque foram os melhores definitivamente. Por mais que se leve em consideração as campanhas dos semifinalistas eliminados (Real Paulista Classic e Se7e de Perdizes), dos times quarto-finalistas despachados (Soberanos (líder), Real Madruga, All Games e Sagrado), quem caiu no Play in - repescagem (Cachorro Velho e Interativo), além dos limados sumariamente (La Coruja e Ras Time, os últimos colocados respectivamente), é preciso manter na mente o formato do Chuteira Classic tanto quanto suas fases valiosas. A façanha do Arouca de ter saído como último classificado para estar na final, provavelmente não se repetirá com frequência nos próximos anos.
Faz sentido o atacante Luan DJ evocar o Santos Futebol Clube que venceu o Brasileirão 2002 quando o torneio tinha a mesma configuração para se conhecer o campeão. Naquela ocasião, o time da baixada santista também foi o pior classificado na primeira fase, porém no mata-mata, terminou com o troféu. O misto pontos corridos com copa tem esse poder de transformar o lúdico em realidade. A esperança mínima passando à máxima. É nesse embalo que o Arouca mandou embora pra casa mais cedo Cachorro Velho, Soberanos e Se7e de Perdizes em sequência. Porque conhece os meandros do Chuteira Classic: tem o título de 2023, e o vice de 2024. Para este ano, realizou sua fase de classificação mais cafona, porém sabendo que o ‘mata’ é outra conversa.
É importante refrescar que o Arouca esteve perto da eliminação ainda na primeira fase, principalmente depois dos incidentes no jogo da última rodada contra o Soberanos, quando já entrou em ação matematicamente classificado e quase colocou tudo a perder. A equipe de Mateus e Nelsinho também foi amplamente goleada, colecionando quatro derrotas seguidas e amargas com placares elásticos. Correu risco inútil, mas soube vencer os adversários necessários para pontuar e avançar de fase mesmo perdendo pontos. A mentalidade arouquista é difícil de ser superada.
Caberá ao JP travar essa hegemonia. Em sua segunda disputa com esse projeto (na primeira edição entrou como o SeLoko), alcançou a decisão de maneira objetiva e focada. Da primeira rodada à semifinal, levou o Classic 3 com seriedade. A evolução em relação aos dois anos anteriores não é apenas notada na classificação geral na primeira fase como segundo colocado, porque o comportamento comprometido sempre esteve no DNA da equipe de Alemão e Furta, mas também nas contratações pontuais que fortaleceram o time eliminado nas quartas de final no ano passado, quando acabou na sexta colocação.
Cada jogador escolherá a partida que foi o marco para a consolidação da postura de um finalista. Aqui na redação, elegemos o confronto das Quartas de final, quando exorcizou o fantasma Bode ao passar o carro sobre o combalido Sagrado. Os jpzenses tiveram outros bons momentos, como golear o mesmo Arouca, empatar eletricamente na primeira fase e amansar na semifinal o Real Paulista Classic, ganhar de maneira contundente de times como Se7e de Perdizes, Interativo e Cachorro Velho, e mesmo a virada sofrida para o Soberanos. Contudo, o filme do genocídio sofrido diante dos inativos bodistas há um ano, antes de o melão rolar diante dos sagradistas na atualidade, com certeza passou pelas mentes de Ronaldo, Galhardi, Jadson etc. Diferente do adversário da final, o JP jamais passou dificuldade para avançar de fases. Fruto do Bode. Fruto também de um projeto que precisava de uma afirmação.
Caminho sem retorno – “Final não se joga, se ganha” é mais uma das infinitas frases de efeito motivacional no mundo futebolístico. Serve apenas para alertar e cativar quem tem mente fraca para atuar numa decisão de alto nível. Alguém vai perder fatalmente, mas o incentivo é válido, pois uma finalíssima costuma separar meninos de pré-adolescentes, estes, de adolescentes até 30 anos, até chegar (assim pensamos) aos adultos.
O JP não apostou apenas na parte tática e no físico para estar na decisão de sábado: algumas atuações individuais, como as de Galhardi (MPV da fase de classificação junto a Zé Mannis (Real Madruga) e Haianon (All Games)), Ramalho, Tieppo, Miranda, Alemão, entre outros jpzenses, foram fundamentais. Quem não fez tanta graça na primeira fase, mas joga acima da média no ‘mata’, caso de Morcego, por exemplo, também contribuiu. Pagou o pato na Semifinal o neutralizado ataque mais postivo do certame até agora, o do Real Paulista Classic, derrotado por 3 x 1 de maneira contundente. Os jpzistas fazem o “feijão com arroz”, normalmente com dois zagueiros, dois meias e dois atacantes. A clássica formação no futebol society é espelho do Arouca.
O time bateu o Se7e de Perdizes por 1 x 0 por finalmente acertar a marcação com a fixação de Moskito, bicampeão seguido da Série Ouro com o Torce Contra, ao lado de Thiaguinho (dessa maneira saiu o gol solitário, mas fundamental, de Mateus). Logo, os arouquistas puderam gozar de seu ataque mortífero, com Nelsinho, Luan DJ, Interior, Ton (enquanto estava na ativa) etc. à vontade com a proteção e saída de bola rápida e com esmero da dupla ‘Mosguinho’. Foi assim que o time foi campeão e vice em dois anos, quando Thiaguinho atuou ao lado de Lodetti. O triplamente finalista sufoca quando o instante é agudo, por isso estará em mais uma decisão, dessa vez diante do ineditismo do JP.
OS ELEITOS PELA REDAÇÃO NAS SEMIFINAIS DO CLASSIC 3:
O MELHOR E O PIOR DAS SEMIFINAIS DO CLASSIC 3:
- o melhor
“Sem milongas: os finalistas.” (Dodô)
- o pior
“Moleza dessa vez: minhas matérias para dois jogos tão bons.” (Dodô)
PARA AMARROTAR O PALPITE DA FINALÍSSIMA DO CLASSIC 3:
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