Foi uma final daquelas de prender o fôlego. O Boa Pergunta saiu ganhando por três vezes, mas por três vezes sofreu o empate do Necaxa. O alvirrubro lutou como nunca e levou a decisão para as penalidades. Ali, foram mais 14 cobranças até que Gandhi chutou na trave e liberou o grito de campeão da rapaziada do bolo do frei!
Dois times cuja maior arma era a bola aérea. Dois times com características muito similares, em que a vontade é um dos ingredientes do sucesso. O Boa defendia o título, queria o bicampeonato e podia ser considerado como favorito. O Necaxa era o desafiante, embalado com grandes atuações e a eliminação do Joga 13 na semifinal. Um jogo que prometia, e cumpriu.
JP logo descolou lateral que Rafão aproveitou e fez a bola beliscar o travessão usando a cabeça. Matheus queria jogo pelo lado azul e soltou a primeira pancada do meio de pé direito; só não contava com a decolagem de Caiçara em voo de galinha para desviar para a linha de fundo! Quando batido, Cunha cabeceou para trás, onde chegava Dezinho. Caiçara defendeu ainda, mas ela foi caindo dentro do gol até entrar de vez. 1 x 0 com um minutinho apenas de jogo!
O gol do Boa agitou o Necaxa, que sem perder a concentração foi para cima. Num passe errado de Rato, Rafão ficou com ela e tentou colocado, de chapa. Deu trave e saiu! Wagnão foi o próximo da fila a experimentar chute colocado. Passou perto.
Foram duas chances ao Boa antes da blitz aérea mexicana começar. Cunha matou no meio de campo de costas, girou e conseguiu bom avanço antes de mandar o bico por cima da ala esquerda do campo. Já Jota recebeu de Rato na área ótimo passe que Caiçara, esperto, conseguiu se antecipar e acabou por dividir e levar a melhor sobre o meia.
Alguma reclamação do Boa com a arbitragem começava a espocar, especialmente sobre a marcação mais dura e física (alguns dirão desleal) de Lins sobre Cunha. De fato, o zagueiro ia levando a melhor sobre o atacante, com a anuência da arbitragem em alguns lances que podia ter marcado a falta. Em uma delas, marcada, Cozzo mandou muito por cima.
Já eram jogados 10 minutos quando o Necaxa passou a lançar todas as bolas na área. Rá era o homem da bola parada e, na partida, ele cansou certamente mais os braços que as pernas de tanta bola que arremessou para a área adversária – seja de escanteio, seja de lateral no campo de ataque. Acontece que a jogada era muito manjada e foi bem anulada pela presença de Gandhi – titular nessa partida. Ele tirava tudo lá do meio e era o homem responsável por marcar Rafão.
Pois a ironia veio com o gol de empate saindo de jogada de pé em pé do meio de campo até dentro da área. Wagnão no meio tocou a Valdivia na direita, que jogou para o meio e achou JP na esquerda. Ele podia ter batido, praticamente do bico da área, mas quando Dias saiu fechar o ângulo ele só rolou para Rafão, no meio da área, empurrar sem goleiro! 1 x 1! De cabeça Valdivia quase virou após bola de lateral ir ao seu encontro. Em outro lance envolvendo Valdivia e JP, Rafão teve a chance e Dias salvou, saindo bem e depois pulando para ficar com a bola em definitivo.
O segundo gol do Boa deu o ar da graça num lance de muita reclamação da equipe. Lins chegou mais forte e acertou Cunha, que foi ao chão mas a bola seguiu em vantagem com Rato, que acabou ganhando um escanteio. A batida foi para Cozzo na ponta da área, que pegou um bonito chute de esquerda em direção à trave oposta. A bola parecia ia para fora, a raspar a trave, quando Matheus apareceu com um raio e, no carrinho, escorou para o gol e balançar as redes! 2 x 1 aos 17 minutos!
Os minutos finais do primeiro tempo envolveram bola no pé do Necaxa e lançamentos errados do fechado Boa Pergunta. Com isso, as poucas chances foram em erro da defesa azul – em que Rafão cortou, driblou e tocou para Wagnão chutar para fora – e no tiro de canto – Robinho e Valdivia, este de nuca, foram malsucedidos.
A etapa final começou com Gandhi fazendo lambança e afastando de sua área em cima de Rafão. A bola sobrou para Robinho, que chutou e o zagueiro se recuperou para arrumar a bagunça e cortar o chute. Robinho entrou com vontade e descolou escanteio em finalização da direita. Em falta rolada, Renatinho errou o alvo. Na próxima, ele faria um belo gol. Tudo começou em roubada de bola de Robinho. Ele tocou para Rafão, que ajeitou para Renatinho chutar colocado. A bola explodiu no travessão e pingou dentro do gol! Novo empate aos 3 minutos!
Mogi foi a campo e na primeira ganhou de Lins no corpo e obrigou Caiçara a fazer grande defesa e jogar a bola para lateral. Pelo Necaxa, Robinho carregou pela esquerda e conseguiu cruzamento para Rafão, que não pegou em cheio e a bola subiu muito. Robinho de novo: cabeçada que Dias segurou, soltou e recuperou em cima da linha no ar. Ufa! Aos 9 minutos, o Boa voltou a liderar o placar. Mogi tabelou com Rato até receber de costas na linha da área, girar e disparar rasteiro, no contrapé do goleiro Caiçara! 3 x 2!
Bola de lateral para a área e Robinho raspou a cabeça nela, que passou perto. Robinho recuperou a bola em passe de Kaue e chutou com muita curva. Dias jogou a escanteio. Na batida, Valdivia fez o gol de cabeça, só que com falta na jogada. Não valeu! Então foi a vez de Caiçara trabalhar e salvar bico de Rato da direita em toque de Cunha já caindo ao chão. Em outra, o goleiro não pode fazer nada, mas o travessão sim, que foi onde a paulada de Matheus explodiu após Robinho furar tentativa de afastar em escanteio rebatido.
Aos 16, o primeiro tempo do jogo, do Necaxa. Papo rápido e bora pro jogo! Gandhi e Dias não se entenderam e quase deram o empate de presente. Em lateral, Cunha conseguiu o desvio na área e Caiçara rebateu antes da zaga afastar o perigo, já que Dezinho chegava pra entrar com bola e tudo! Aos 19, o terceiro empate. Escanteio para Valdivia na linha do primeiro pau. Cabeçada para trás e a bola foi morrer no outro ângulo, o lá de trás! 3 x 3!
Lins não aliviava e não cansava de maltratar Cunha. Próximo da área, ele levantou o camisa 19. Jota bateu e ficou na barreira. Foi a vez do Boa pedir tempo. Na volta, Diego Rafael cabeceou para fora. Em corte de lançamento por parte de Lins, Robinho chutou do meio e Dias pegou em dois tempos. Quando Cunha arrumou novo escanteio e foi para a área, o tempo esquentou entre ele e Lins. Panos quentes e escanteio batido. A bola foi afastada da área e encontrou Cozzo, que chutou e acertou a trave!
Matheus protagonizaria os dois lances finais. Em chute do meio a bola foi muito alta e em outro lance teve seu cruzamento cortado. O empate seria o resultado final dos 50 minutos. Mais uma vez, a decisão da Calcio seria nas penalidades. O Necaxa já tinha passado por duas delas, nas quartas e semifinais, sempre com aproveitamento de 100%. O Boa foi campeão assim, derrubando o poderoso Mãochester na 6ª edição.
A série foi aberta por Robinho. Gol! Mogi, Valdivia e Matheus fizeram 2 x 2. Dias quase chegou na bola de Lins, bem no cantinho, e Rato mandou as cobranças para a série alternada. Rafão chutou nas mãos de Dias, mas ela bateu nele e foi para dentro do gol! Jota igualou, assim como Rá e Cozzo. 5 x 5. Dias chegou, mas não pegou a bola de Diego Rafael, enquanto Kaue mandou pra um lado e Caiçara foi para o outro. 6 x 6! Renatinho abusou da categoria ao virar o pé na hora do bate e enganar o goleiro. O mesmo não fez Gandhi, que chutou no pé da trave direita, enquanto Caiçara ficou estático! Trave e fora! Necaxa campeão!
Muita festa, Caiçara fugindo dos companheiros numa quase volta olímpica, Rafão recebendo troféu de artilheiro (ele e Lele empataram com 12 gols), bolo do frei na cara do aniversariante Wagnão, Caiçara sendo eleito o MVP das finais... Isso foi o Necaxa campeão, de campanha irregular, com classificação vindo na rodada final, precisando vencer para não ficar de fora. Ganhou (do Boroçava) e passou na 5ª colocação. No mata-mata, nenhuma vitória – em todas precisou das penalidades para avançar. Foi assim com Tapas e o bicho-papão Joga 13. Caiçara defendeu uma bola em cada uma delas e ninguém de vermelho e branco errou. Na final, novo empate, e novo triunfo nos pênaltis. Campeão sim, mas com altas doses de sofrimento! Haja coração!
Ao Boa Pergunta fica o lamento de perder uma final, claro, mas a consolidação da equipe como uma das grandes forças da Calcio. O time desacreditado e de amigos do ano passado hoje é um time forte, aguerrido, que sabe potencializar seus pontos fortes e não perdeu a essência de ser de amigos. A festa na churrasqueira após o jogo comprova isso.
Ficha técnica
Necaxa 3 (7) x (6) 3 Boa Pergunta – Final da VII Copa Calcio
Gols: Rafão, Renatinho e Valdivia (N); Dezinho, Matheus e Mogi (BP)
MVPs: 1 – Robinho (Necaxa); 2 – Matheus (Boa Pergunta); 3 – Lins (Necaxa)
PREMIAÇÃO FINAL INDIVDUAL - VII COPA CALCIO

Artilheiro(s): Rafão (Necaxa) e Lele (Joga 13)

MVP: Rato (Boa Pergunta)
MVG: Caieiras (Joga 13)
MVP das finais: Caiçara (Necaxa)
Comentários (0)