Na antiga história de Hércules, o semideus grego foi obrigado a cumprir 12 trabalhos – bem ingratos diga-se de passagem – a fim de expiar seus pecados. Quem diria que em um sábado de junho, em uma tarde nublada na zona oeste da capital, o Hércules, agora em forma de um time de futebol de 7, teria que cumprir mais um trabalho (igualmente ingrato). Oitavas de final contra o Ceifadores e a promessa de ter que suar sangue para seguir vivo. No fim, missão dada é missão cumprida, e trabalho concluído com sucesso! De virada, para ser mais estiloso. 3x 1, ante o Ceifadores!
O jogo já começou difícil para o Hércules. Isso porque o time veio para a quadra com alguns desfalques que certamente seriam sentidos ao longo da partida. Sem Perim, sem Lucca, sem Fabrizio e sem Júlio, quatro dos principais jogadores do time. O HB se viu na obrigação de achar novas armas e novas possibilidades para ser perigoso no jogo. Com isso, se apresentaram para partida, chamando a responsabilidade, Tavares, Luiz Felipe e Edu, para além de todo um conjunto sólido.
Há de se dizer que o Ceifadores tinha um ligeiro favoritismo. O time que teve bons momentos na primeira fase veio a campo com o que tinha de melhor. Niel, Matheus e Fabio na linha de frente, para além de Lucas Renato e Leandro na dupla de defesa.
Contudo, quando começa o jogo, esquece esse papo de: “um time favorito”; “outro time está com desfalques” ... Tudo se iguala! E igualdade é a palavra-chave para descrever esse primeiro tempo de Ceifadores contra Hércules Biblioteca, já que os dois times simplesmente bateram cabeça o período quase que inteiro! Houve poucas, para dizer que quase nenhuma, chance real de gol. As defesas estavam muito bem postadas e os dois times estavam um pouco receosos de atacar, se expor e deixar espaço para o adversário. Com isso, tivemos um jogo bem morno no sentido de chances de gol, mas com muita briga. E ninguém tirando o pé de dividida.
Demorou muito até alguma chance de gol concreta sair e ela veio primeiro para o Hércules, quando Edu pressionou a saída de bola e finalizou próximo ao gol, carimbando o travessão da meta defendida por Murilo, arrancando o primeiro “Uhh” da torcida. O Ceifadores respondeu na mesma moeda, dessa vez foi Fabio que acertou o travessão, após um bate e rebate na área.
Entre chances infrutíferas e finalizações sem muita precisão, o gol custou, mas finalmente saiu. Aos 16 minutos, Matheus cobrou lateral e a bola ficou nos pés de Luan – recém-saído do banco de reserva – que finalizou na saída de Noronha e mandou para as redes! 1 x 0!!
Antes tarde do que nunca, o Ceifadores tratou de inaugurar o placar e se colocar à frente no duelo. O Hércules, por sua vez, diferente do que vimos em alguns jogos da fase inicial, não sentiu o golpe. Pelo contrário! O time parece que pegou no tranco após o gol do rival. Rapidamente o HB levou perigo numa ação ofensiva em que Tonon arriscou de longa distância e carimbou a trave. Não demorou muito para o time achar o caminho do gol. Foi aos 20 minutos, após Viana acionar Edu, que de costas para o marcador, virou e mandou para as redes deixando o placar em 1 x 1!
A rápida resposta do Hércules foi essencial para o time se manter no jogo, não só no placar, como também mentalmente. E olha que nem deu tempo de comemorar muito o empate! Rapidamente o time comemorou a virada! Isso mesmo!! Aos 22 minutos, Marco Aurélio dominou a bola pelo meio, trouxe para a direita e encheu o pé! Um golaço!! Bola na gaveta e Murilo só olhou a bola morrer no fundo das redes. 2 x 1!!! E o Hércules virando o jogo!
A obra de arte de Marco Aurélio acabou sendo o ato final da primeira etapa, já que nada aconteceu nos minutos consequentes. Na segunda etapa, vimos mais do mesmo. eifadores e Hércules Biblioteca travavam uma batalha. Pouco espaço, pouca criatividade, poucas chances de gol. Mas com um contexto diferente, já que para o Hércules ficar no mesmo estava ótimo, o time estava ganhando, classificando, indo para as quartas de final. O Ceifa, por sua vez, precisava criar esse senso de urgência e buscar o resultado, mas o time pouco criou.
E quando criou, surgiu a estrela de Noronha, que simplesmente fechou o gol para o Hércules. O time dos Ceifadores até tentou. Se estava difícil chegar na base da troca de passes, da triangulação, o jeito foi arriscar de onde dava. Foi assim que Niel, Matheus e Luan arriscaram em finalizações de longa e média distância e em todas, Noronha apareceu bem para fechar o gol.
E um jogo mata-mata, brigado, gera muitas faltas e consequentemente uma possibilidade de shout out. E foi assim que para fechar o caixão de vez e carimbar a classificação, premiando um time guerreiro, que o Hércules fez o terceiro e último gol da partida! Mais precisamente, nos longínquos acréscimos, quando Luiz chamou a responsabilidade e concluiu o shout out com maestria, deslocando Isaías e mandando para o fundo das redes, marcando o terceiro e último gol da partida!
Por fim, trabalho concluído. Ninguém disse que seria fácil, e não foi. O Ceifadores se despede do campeonato após jogo duro e com o sentimento de que poderia ter feito mais... Méritos para o Hércules, que fez um jogo de gente grande, desfalques à parte. E agora, por que não tentar surpreender o Livingpool?
Ficha técnica
Hércules Biblioteca 3 x 1 Ceifadores – Oitavas de final do XIX Chuteira Cinco
Gols: Edu; Marco Aurélio e Luiz(H); Luan (C)
Cartões amarelos: Luiz; Tavares e Zito(H); Lucas Motta e Leandro (C)
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